Foi um ano repleto de oportunidades, aprendizado, mudanças e realizações na Escola Municipal de Ensino Fundamental Orlando Carpino. Em 2016, os alunos dos 8º e 9º anos foram selecionados para participar da Academia Educar DPaschoal, iniciativa realizada pela Fundação Educar DPaschoal, um dos parceiros institucionais da Fundação FEAC.
Este projeto incentiva a promoção de cidadania e liderança de jovens de escolas públicas. Por meio de oficinas e projetos-desafios eles passam a participar com autonomia de suas escolas e comunidades. “E isso é transformador. O desenvolvimento das habilidades socioemocionais é notório. Os jovens começam a entender que são parte da solução”, destacou Cristiane Stefanelli, coordenadora da Academia Educar.
As vivências têm o intuito de trabalhar a timidez, empatia e valores voltados ao desenvolvimento pessoal para que sejam protagonistas de suas vidas. Há ainda, dentro da proposta da Academia, iniciativas como o Oásis Educar que proporciona um movimento voluntário que une alunos, pais, familiares e comunidade escolar para a construção, coletiva e colaborativa, do sonho comum de uma escola.
Assumido esse desafio, os alunos da Orlando Carpino precisavam selecionar o espaço físico alvo da melhoria. O local tinha de representar o desejo de todos ou da grande maioria. Para chegar a um consenso foi feita uma enquete. “Visitamos todas as salas de aula explicando qual era a oportunidade”, contou Stephanie Kristiane Cabral Martins Silva, 14 anos, uma das jovens que fez parte do projeto.
Foram apontados três locais: o banheiro, a fachada da escola e a quadra. Os alunos se reuniram e chegaram à conclusão que o mais importante para todos seria a quadra esportiva. “Há muito tempo ela estava precisando de reparos” explicou o aluno Júlio César Ribeiro de Assis, 15 anos.
Espaço de recreação e onde acontecem as aulas da disciplina de Educação Física, a quadra está localizada no ponto mais alto da escola. Como não havia rede de proteção, era quase impossível praticar algum tipo de esporte sem ter que parar para buscar a bola que caía no estacionamento localizado na parte mais baixa do terreno. E um outro ponto, não menos importante, era a falta de cobertura do espaço para as atividades em momentos de muito sol ou em dias de chuva.
Local definido, hora de colocar o projeto em prática. E como aprenderam, os alunos exerceram a liderança para definir as equipes que buscariam os recursos.
O dia da grande transformação aconteceu em um fim de semana e envolveu todos os alunos, comunidade escolar, famílias e moradores do entorno. Eles desenharam a quadra poliesportiva, pintaram de várias cores e ainda montaram uma outra de areia que foi delimitada com pneus recicláveis que receberam de doação. No final do dia, o espaço já estava bem diferente, mas ainda não foi possível colocar o alambrado e a cobertura. “A reforma possibilitou que crianças e jovens se sentissem pertencentes à escola e a quadra voltou a ser frequentada por eles”, destacou Juliana Scapin, professora de matemática e “madrinha” desta turma de jovens protagonistas.
Todo esse processo de construção coletiva contribuiu para o empoderamento, estreitamento do vínculo com a escola, para a sensação de pertencimento e aumento da comunicação entre alunos, professores e gestão. “Antes de acontecer uma transformação física, acontece a transformação de cada um dos participantes”, concluiu Cristiane.
Atitude Educação
O sonho completo era também cercar e cobrir a quadra. Surgiu, então, uma outra boa oportunidade provando o quão especial era de fato o ano de 2016. Os alunos decidiram participar do Prêmio Atitude Educação, promovido pela Fundação FEAC no âmbito do Compromisso Campinas pela Educação (CCE) O projeto Oásis foi a iniciativa inscrita na disputa. “Quando soubemos da premiação ficamos animados. Caso ganhássemos, conseguiríamos completar a reforma”, explicou Ana Beatriz Gomes Pereira, 14 anos.
Mas para participar da premiação era necessário enviar um vídeo descrevendo um projeto que já estava sendo realizado na escola. “Não tínhamos em mente como queríamos fazer, nunca havíamos feito algo parecido”, complementou Ana Beatriz. A decisão do formato foi feita em conjunto. Montaram um roteiro, escreveram os textos e separaram as falas. Era preciso escolher as imagens que já existiam e definir quais mais ainda seriam captadas. E além disso, decidir quem seriam os entrevistados.
Na hora da gravação, mesmo alguns ainda muito tímidos, relataram a história contando com detalhes qual seria o destino do prêmio.
As etapas foram, em sua totalidade, cumpridas com a participação de todos os jovens. Eles capturaram as imagens, editaram os frames e montaram o vídeo. “Foi o primeiro que fizemos, gostamos do resultado”, confessou Stephanie Kristiane.
A escola foi uma das finalistas do Atitude Educação, mas não chegou a conquistar o prêmio. Mesmo assim, os alunos não desanimaram. Solucionaram pelo menos uma das necessidades. Com a venda de uma rifa, envolvendo novamente toda a comunidade, os alunos conseguiram dinheiro suficiente para comprar o material do alambrado.
Agora, em dia de jogo na Orlando Carpino, a bola já não rola mais para o estacionamento da escola.
Confira o projeto Oásis: http://atitudeeducacao.feac.org.br/banco-de-atitudes/
Saiba mais sobre a Escola Municipal de Ensino Fundamental Orlando Carpino: https://www.facebook.com/emef.orlandocarpino