(Por Claudia Corbett)

De setembro de 2016 a maio deste ano, a Fundação FEAC promoveu o Curso de Gestão das Organizações da Sociedade Civil (OSCs), pelo qual respondeu integralmente, desde o seu planejamento, definição de conteúdo programático e formação da equipe de consultores. A iniciativa inédita compôs o Programa de Aperfeiçoamento da Gestão das OSCs, criado pela FEAC para atender demanda sinalizada pelas entidades parceiras.

Esta primeira edição do curso foi concluída por 19 entidades, entre elas Associação de Educação do Homem de Amanhã (AEDHA) – Guardinha, Casa da Criança de Sousas, Creche Bento Quirino, Casa Maria de Nazaré, Instituição Assistencial Dias da Cruz, Lar dos Velhinhos de Campinas, Associação Pestalozzi de Campinas, Instituto Jacarandá de Educação Infantil, Centro Promocional para um Mundo Melhor (Cepromm), Centro Socioeducativo Semente Esperança, Grupo Primavera, Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa, Lar Escola Jesus de Nazaré, Casa da Criança Meimei, Núcleo de Ação Social (NAS), Centro Social Lírio dos Vales, Embaixadores da Prevenção, Associação Franciscana do Coração de Maria (Afascom) e Associação Assistencial Promocional e Educacional (Aper) – as quatro últimas, instituições com as quais a FEAC estabelece pontuais parcerias. O curso Gestão das Organizações da Sociedade Civil foi também aberto para elas.

“Este curso serviu também para diminuir o distanciamento entre as entidades. E este envolvimento foi produtivo. Aprendemos muitas coisas juntos assim como compartilhamos as nossas experiências”, destacou Valéria Abrahão Bilharinho, presidente da Instituição Assistencial Dias da Cruz, uma das entidades parceiras da FEAC, concluinte do inédito curso. Para Valéria esta formação foi fundamental. “Despertou alguns aspectos que não conseguimos visualizar por estarmos envolvidos. Sei que muito há o que ser aplicado para a modificação de alguns pontos dentro da instituição, mas ainda estou processando. Não chamaria isto de curso, foi quase um estágio”, enfatizou.

O primeiro módulo do curso abordou o planejamento estratégico e fez com que muitas entidades repensassem e refizessem seu plano de ação. “O salto qualitativo no trabalho que estamos desenvolvendo no nosso dia a dia é visível”, comemorou Fernanda de Fátima Ferreira, coordenadora geral do Centro de Promoção para um Mundo Melhor (Cepromm). A partir do curso, graças ao módulo 2, dedicado a comunicação e mobilização de recursos, a entidade passou também a ter um plano de comunicação com ações novas e diferentes.

Para o Núcleo de Ação Social (NAS), o planejamento estratégico foi a principal intervenção. Diante do que foi apontado, a organização identificou a necessidade de reler sua missão. “Agora sim, chegamos a uma missão mais efetiva ao cenário que temos na comunidade. Isso para nós foi um ponto estratégico”, enfatizou Marcia Rabello Ramos Hespanholeto, coordenadora geral do NAS.

Priscila Graner Pinto Ribeiro, dirigente do Centro Socioeducativo Semente Esperança, contou o quanto o conteúdo agregou para a instituição na qual exerce a presidência. E confessou que o último módulo, focado na gestão de recursos humanos, a fez parar para pensar. “Foi impactante, porque falou muito de mim. Do meu papel, da minha rotina, do meu dia a dia. Percebi neste módulo que a mudança tem que começar em mim. Eu tenho que me reestruturar, me reorganizar, ter um olhar diferenciado e mais sistemático para os processos da instituição. E só então, quanto eu tiver isso reorganizado, eu começo a trabalhar com a equipe”, avaliou.

Ao todo, o Curso promoveu 112 horas de formação. “Agora é hora de operacionalizar tudo que foi potencializado.  Os beneficiados serão os nossos usuários, que de forma direta e efetiva, sentirão a melhoria na qualidade do nosso trabalho”, enalteceu Antônia Cacilda dos Santos, coordenadora técnica e membro da diretoria da Associação Franciscana do Coração de Maria (Afascom).

A proximidade das entidades por oito meses oportunizou a formação de um coletivo. Motivadas pelo curso, querem dar continuidade às trocas de experiências e ainda elaborar um grupo de estudos.

Foi sugerido também que o conteúdo vivenciado seja levado para discussão na reunião do Conselho da Federação das Entidades Parceiras (CFEP), tradicional encontro de dirigentes – e para o momento no qual coordenadores técnicos da rede FEAC de parceiras compartilham assuntos com a vice-presidência da área social da Diretoria Executiva da FEAC.

“Todo o esforço só valerá a pena se de fato o que foi discutido for colocado em prática e compartilhado”, observou o superintendente socioeducativo da FEAC, Leandro Pinheiro. Quem participou da iniciativa teve acesso a um leque de possibilidades. Todos, sem exceção, se comprometeram a aplicar, nos próximos quatro meses, conhecimentos e promover mudanças na instituição a partir do que foi absorvido ao longo do curso de gestão.