Criada na década de 1960, a Fundação FEAC completa 59 anos de história nesta sexta-feira (14). São quase seis décadas dedicadas à promoção humana e ao bem-estar social, com foco em crianças e adolescentes das regiões mais vulneráveis de Campinas, e sempre em parceria com as Organizações da Sociedade Civil (OSC). De lá para cá, a vulnerabilidade social aumentou, a população de Campinas passou de 300 mil para mais de um milhão de habitantes e a FEAC precisou se reinventar para seguir cumprindo sua missão como principal organização filantrópica do município.

O atual presidente do Conselho Curador da Fundação FEAC, Renato Nahas, conta que para entender a fundação e sua origem é preciso dar um passo atrás e lembrar o histórico de Campinas, município que foi assolado por doenças e epidemias (febre amarela, gripe espanhola, poliomielite), no final do século XIX e início do século XX, que impactaram fortemente a população da cidade. “Por conta disso, a sociedade campineira reagiu criando uma série de entidades filantrópicas. E essa é uma herança que Campinas carrega até hoje”, explica Nahas.

Origem da FEAC é anterior à criação da assistência social

No início dos anos 1960, muitas destas organizações sociais enfrentavam dificuldades administrativas e financeiras e é nesse momento que nasce a FEAC, como uma associação que centralizava o fundo de arrecadações para apoiar as organizações sociais e oferecia suporte administrativo e financeiro, ganhando em eficiência. “Desde o seu início, tinha esse caráter de apoiar as entidades de Campinas. A origem da FEAC é anterior à criação da assistência social como política pública no município. E, em determinado momento, após a criação da secretaria da assistência social em Campinas, o corpo técnico da fundação chegou a ser maior”, diz Nahas.

A FEAC fazia um trabalho de filantropia tradicional, apoiando as entidades com recursos, e, dessa forma, suas ações contribuíram para mitigar as vulnerabilidades sociais dentro do município. “O tempo passou, a assistência social virou política pública e a FEAC teve que mudar também. Hoje, a FEAC se vê como parceira do poder público para desenvolver projetos inovadores na área social, e que tenham potencial de se transformar em política pública”, afirma Nahas.

A atual secretária municipal da assistência social de Campinas, Vandecleya Moro, aplaude essa iniciativa e destaca duas ações importantes que realizou em parceria com a FEAC e Organizações da Sociedade Civil recentemente: a Campinas Solidária e Sustentável, um projeto de horta comunitária criado e executado em conjunto com o objetivo de promover, por meio da agricultura urbana, alimentação saudável e, futuramente, geração de renda no município de Campinas. Uma estratégia de atendimento à política pública de segurança alimentar e nutricional.

E a ação emergencial da prefeitura de apoio às famílias que foram afetadas pelas fortes chuvas neste início de ano, o SOS Chuvas, no qual a FEAC criou um plano de ação emergencial para apoiar também as organizações nos reparos causados pelas chuvas para que o atendimento às pessoas em situação de vulnerabilidade social não fosse prejudicado. “A Fundação FEAC tem uma história que é um exemplo para todos nós campineiros. São 59 anos de ações e mobilizações, sempre com esse olhar voltado para quem cuida da população e às próprias entidades. É cuidar de quem cuida”, diz a secretária.

Busca constante por inovação é marca da FEAC

A mudança no modo de trabalhar se refletiu em toda a sua estrutura e nas novas gestões e governança anunciadas no mês passado, e que vêm sendo pensadas, elaboradas e implementadas desde 2017. “A Fundação FEAC se aproxima de 6 décadas de atuação e neste percurso se firmou como um ativo social de alta relevância na cidade de Campinas, com uma história de efetiva contribuição para a implementação e consolidação de políticas públicas e fortalecimento do tecido social”, afirma o superintendente socioeducativo, Jair Resende.

Ele destaca o que considera outra marca importante da FEAC: “A busca constante por inovação e o atendimento às demandas de cada momento de sua trajetória. Um olhar para o futuro sem se desconectar do presente e valorizando o caminho que nos trouxe até aqui”, aponta Jair.

Na área social, o maior impacto foi a adoção do novo modelo de investimento por projetos, em que os recursos são repassados a projetos com objetivos e estratégias bem definidos, propostos por organizações parceiras que estejam em sinergia com as linhas de atuação dos programas da Fundação. O propósito é otimizar as ações e gerar resultados e impacto social que possam ser medidos e avaliados.

Para Nahas, a FEAC está consolidando uma transição importante. “Deixa uma fase em que seus recursos iam para uma série de iniciativas filantrópicas para se concentrar em menos projetos capazes de gerar mais impacto e transformação social”, sintetiza ele. “Vivemos em um país com enormes desafios sociais e é papel da FEAC combater isso de forma cada vez mais embasada em tecnologia social e em dados. A FEAC hoje tem esta estrutura. Nós temos um corpo técnico bastante qualificado para atuar nas causas que elegemos como prioritárias”, diz Nahas.

FEAC fortalecida com mais recursos e capacidade técnica

“Dados mostram que 70% das organizações criadas no Brasil fecham as portas com menos de 10 anos de atividade. Assim sendo, só o fato de completar 59 anos, já enseja à Fundação FEAC elevada admiração e respeito”, diz o superintendente patrimonial Arnaldo Rezende, que ressalta o zelo e profissionalismo com que a história da FEAC foi construída.

“São décadas de profícuo trabalho em prol do bem comum, numa jornada permeada por grandes desafios inerentes à área de serviço social, superados pelo esforço e dedicação de seus dirigentes e colaboradores que, cotidianamente, plantam sementes de promoção humana e bem-estar social”.

Por tudo isso, a FEAC chega aos 59 anos dona de um patrimônio respeitável, que lhe permitiu anunciar, no final do ano passado, um investimento de R$ 31 milhões para 2023. “Estou muito animado com a perspectiva que temos pela frente, com a nova governança, ciente que os desafios sociais só crescem em nosso país. Mas a FEAC está mais fortalecida, com mais recursos, e acima de tudo, com mais capacidade técnica para enfrentar esses desafios e contribuir com a sociedade”, conclui Nahas.

Conheça aqui um pouco mais da trajetória da Fundação FEAC nestes 59 anos e assista, abaixo, ao vídeo.

Por Natália Rangel