O Festival de Inverno de Bonito traz na edição deste ano, pela primeira vez, recursos de acessibilidade como audiodescrição, textos em braile e tradução em Libras

O Festival de Inverno de Bonito traz na edição deste ano, pela primeira vez recursos de acessibilidade como audiodescrição, textos em braile e tradução em Libras. A Exposição de Artes Plásticas “Série Divisão de Mato Grosso”, de Humberto Espíndola, proporciona a descrição das obras em braile.

Para quem se interessar, haverá monitores para fazer a audiodescrição ao vivo da exposição. Serão duas monitoras a disposição do público: Ivone Angela dos Santos, da Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei), e Cândida Alves, do Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual (CAP-DV/MS).

Segundo a especialista em acessibilidade cultural e técnica da Assessoria de Projetos da Sectei, Ivone Angela dos Santos, a audiodescrição é um recurso de acessibilidade que transforma imagens em palavras, por meio de informação sonora, para que pessoas com deficiência visual possam ter acesso aos bens culturais, abrindo possibilidades maiores de acesso à informação, contribuindo para a inclusão cultural e social. A audiodescrição auxilia também pessoas com deficiência intelectual, idosos e disléxicos.

Haverá também a tradução em Libras para alguns espetáculos e eventos: no dia 29, das 14h às 18h, na exposição de artes plásticas com obras de Humberto Espíndola; no dia 30 de julho, às 10h, no teatro infantil “Gaia, a mãe natureza”, do Grupo Casa; no dia 30 de julho, às 17h, no teatro “Uma moça da cidade”, dos produtores e atores Anderson Bosh, Luciana Kreutzer e Yago Garcia, e no dia 30 de julho, às 17h30, na oficina de Contação de Histórias.

As intérpretes de Libras são Luciane Gonçalves da Rosa Parreira e Tamires Bessa da Silva, do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS).

Para a especialista em acessibilidade cultural da Sectei, Ivone dos Santos, será o início de grandes mudanças em benefício da acessibilidade cultural para pessoas com deficiência, considerando que o Estado possui 526.979 mil pessoas com algum tipo de deficiência, ou seja 21,50% da população sul-mato-grossense, conforme dados do IBGE/2010. “É um número considerável e o Estado precisa avançar muito nessa área. A inserção desses recursos é uma forma de garantir a todos em condições de igualdade os direitos culturais e de promover o desenvolvimento social inclusivo. É um avanço na área de política pública cultural para pessoas com deficiência”.

Ivone continua dizendo que, para que os princípios da acessibilidade e da inclusão social das pessoas com deficiência sejam viabilizados no universo cultural, além de seguir as leis e normas nacionais e internacionais, é necessário desenvolver estratégias para que a linguagem das manifestações culturais inclua essa população como parte de seu público alvo. “Conforme a Lei Brasileira de Inclusão das Pessoas com Deficiência de 2015, em seu capítulo I, artigo 53, ‘a acessibilidade é direito que garante à pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social’”, conclui Ivone.

Fonte: A Crítica