(Ingrid Vogl)
Cheio de energia e disposição, o grupo de mais de 40 pessoas que participou do Mutirão Voluntário (MUVO) na manhã do dia 25 de agosto, deixou a Associação Pestalozzi de Campinas ainda com mais vida, aromas, cores e texturas. Os voluntários transformaram um cantinho da Organização da Sociedade Civil (OSC) em uma horta sensorial com muita variedade de plantas e hortaliças. O espaço será utilizado na promoção de ações que apoiem o desenvolvimento dos cerca de 80 usuários da instituição – crianças, jovens e adultos com deficiência múltipla, intelectual e síndromes genéticas com diversos graus de severidade.
Ana Paula Januzzi, arquiteta e paisagista, foi a voluntária responsável pela elaboração do projeto e ainda orientou o grupo de voluntários para a realização de todo o processo de criação da horta. “A proposta do projeto da horta foi trazer para os usuários da Pestalozzi a maior variedade de plantas que estimulem os sentidos, como olfato, visão, tato e gosto. A ideia é que o espaço seja usado para que eles desenvolvam seus sentidos, onde possam alcançar e tocar as plantas em um ambiente agradável”, explicou.
Satisfeita com o resultado, Ana fez um balanço positivo da ação com um sorrisão no rosto. “Sempre é muito bom participar do MUVO e saber que tantas pessoas deram um pouco de sua energia e de seu tempo para fazer algo que vai ficar de legado para outras pessoas”, concluiu.
Inteligência naturalista
A horta vai integrar a modalidade de ensino da inteligência naturalista, uma das inteligências múltiplas, baseada na teoria do psicólogo Howard Gardner, que defende uma educação que favoreça o potencial individual. O ensino das múltiplas inteligências compõe a proposta da educação especial desenvolvida na Pestalozzi.
No caso da criação das hortas, esse tipo de inteligência será desenvolvido de forma prática por meio do acompanhamento do preparo da terra (adubação), plantio, germinação, manutenção e suas evoluções. E de forma lúdica serão exploradas as estórias relativas a vida humana, animal, tipos climáticos, estações do ano, temporalidade, para possibilitar a sensibilidade ao meio ambiente e seu reconhecimento no mesmo.
As professoras responsáveis por desenvolver a inteligência naturalista com os usuários da instituição fizeram questão de participar do mutirão e estavam animadas com as novas possibilidades de ações a partir da horta.
“A partir de agora, esse espaço irá permitir uma exploração mais diversificada do assunto, porque há uma grande variedade de plantas que não tínhamos, e isso vai proporcionar um avanço no trabalho com os usuários, que poderão contemplar e experimentar sensações e expandir essa experiência para outros ambientes além da instituição”, afirmou Renata Dias Oliveira, professora da inteligência naturalista.
Na opinião da professora Adriana Tavares Câmara, a criação da horta sensorial irá integrar ainda mais usuários e profissionais da instituição. “O espaço ficou muito bonito e convidativo para a contemplação as plantas. Acho que o olhar de todos que convivem aqui diariamente será outro e todos vão poder aproveitar e cuidar dessa horta tão especial”, disse empolgada.
Voluntários em ação
Empenhados em realizar da melhor maneira a tarefa proposta no MUVO, os voluntários ouviram atentamente as orientações da Ana e, divididos em grupos, trabalharam na limpeza do espaço, preparação da terra e vasos e no plantio.
Concentrado na montagem dos terrários, Eduardo Titos Fernandes, 9 anos, caprichou em seu primeiro trabalho voluntário. “Achei muito legal participar. Estou aprendendo a mexer com plantas e ainda ajudando outras pessoas”, disse o menino, sem tirar os olhos das mudas que estava manuseando.
Cristiane Titos Fernandes, mãe de Dudu, gostou da experiência de ter levado o filho na ação voluntária e pretende voltar outras vezes na Pestalozzi para ajudar ainda mais. “Fiquei feliz por ele ter se envolvido no mutirão e pretendo participar de outras ações com ele e voltar aqui mais vezes. Ser voluntário é aprender algo novo e deixar um legado para outras pessoas”, disse.
De vaso em vaso, o espaço da horta foi se transformando, e os voluntários se animaram com o trabalho realizado. “É muito bom sentir essa sinergia, de todos se ajudando. A gente faz tão pouco, e a união para ajudar o próximo é sempre legal. Pessoalmente saímos daqui mais leves e evoluídos”, avaliou Ricardo Rocha, bancário.
Depois da experiência com o mutirão na Pestalozzi, Marcela Camargo Alves, também bancário, pretende participar de outras edições do MUVO. “Minha vontade agora é participar de todos. É muito bom trabalhar para ajudar, sem falar que aprender a plantar e mexer com a horta me inspira a desenvolver esse aprendizado em casa também. Todo trabalho voluntário é um rico aprendizado”, comentou.
Marcela Doni, técnica responsável pelo MUVO, fez um balanço positivo da ação. “Foi muito bom ver como a proposta evoluiu e como os voluntários se adaptaram e compraram a ideia. O que seria apenas uma horta, passou a ser um jardim sensorial de vasos. Houve muito envolvimento com a causa de proporcionar desenvolvimento aos usuários da entidade e cooperação entre os participantes, que se dividiram em times e se envolveram nas etapas do mutirão. Desde a limpeza inicial à limpeza final. Ficou linda, útil e os voluntários saíram muito satisfeitos e interessados em participar do próximo mutirão”, avaliou.
O MUVO é um dos projetos do Programa Cidadania Ativa. Para a realização do Mutirão Voluntário todos os materiais necessários são disponibilizados pela FEAC. Então, todo interessado em dedicar tempo, talento e energia basta chegar com disposição que está tudo preparado para o trabalho.
O próximo MUVO será realizado no dia 22 de setembro, no período da manhã, com a revitalização da área externa do Lar Escola Nossa Senhora do Calvário.
Sobre o Programa Cidadania Ativa
O Programa Cidadania Ativa é uma iniciativa da Fundação FEAC, que investe em mobilização e engajamento de todos com objetivo de energizar a sociedade para agir na superação dos seus desafios e promover o bem-estar social.
Mais informações: [email protected]
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