(Por Ingrid Vogl)
A manhã da última quarta-feira, 18 de outubro, foi de muita troca de experiências entre os alunos que estão participando das oficinas de formação destinadas às três escolas vencedoras do prêmio Atitude Educação 2016, promovido pela Fundação FEAC. A terceira etapa dos encontros, que teve início em agosto, teve como foco o aprender a aprender, que é um dos quatro pilares da educação preconizados pela Unesco (aprender a ser; aprender a conviver; aprender a aprender e aprender a fazer).
O encontro reuniu mais de 100 alunos, além de integrantes da Academia Educar, ligada à Fundação Educar DPaschoal, que participaram compartilhando a experiência da instituição que trabalha com o incentivo ao protagonismo juvenil.
Entrosados e dispostos a compartilhar suas realidades, ideias e projetos, os alunos das escolas EE Prof. Djalma Octaviano, EE Prof.ª Laís Bertoni e Emef Oziel Alves Pereira, protagonizaram momentos emocionantes quando trouxeram relatos do dia a dia na escola e dos projetos acadêmicos em desenvolvimento.
Segundo Raika Aquino, colaboradora do Departamento de Educação da FEAC que junto do colaborador Cláudio Raizaro do Departamento de Assistência Social se dedica ao projeto das oficinas do Atitude Educação, o objetivo deste sétimo encontro foi conferir a apresentação, feita pelos jovens, de cada projeto vencedor da premiação que está em desenvolvimento, com base nos conhecimentos adquiridos ao longo das oficinas que estão sendo oferecidas.
“A gente espera que essa troca de saberes agregue valor às ações desenvolvidas nas escolas e que os alunos possam usar essas experiências em suas comunidades escolares. Essa troca de conhecimentos também vem ao encontro do estímulo da ampliação da visão desses estudantes, para que eles possam enxergar além dos muros da escola, pensar fora da caixa e assim colocar em prática o protagonismo juvenil”, explicou.
Cláudio também explicou que a ideia das atividades propostas foi extrapolar o conhecimento cognitivo e instigar as emoções, sentimentos e sonhos dos alunos. “Esse momento é de priorizar a convivência e despertar para essa aprendizagem do aprender”, contou.
Para Rafaela Negretti de Lima, membro da Fundação Educar e ex-participante e monitora da Academia Educar, as oficinas são enriquecedoras porque além de permitir a troca de vivências entre os participantes, ainda demonstra o empenho dos alunos em fazer algo diferenciado por suas escolas. “Conversando com os alunos é possível perceber que eles fazem muitas ações dentro da escola que revelam o desenvolvimento de seu próprio protagonismo. Eles se envolvem e querem fazer a diferença em suas comunidades escolares, com comprometimento e sinergia. Além disso, essas trocas fortalecem muito o trabalho da Academia Educar. Estamos aqui para falar de nosso trabalho, para que nossas vivências possam inspirar os jovens para novas ações protagonistas dentro de suas comunidades, escolas e casas”, explicou Rafaela.
Envolvimento
Assim como nas duas primeiras etapas das oficinas, em que foram abordados o aprender a ser e a conviver, o encontro que teve como foco o aprender a aprender trouxe dinâmicas com o envolvimento dos alunos e trocas de conhecimentos.
Concentrada em sua tarefa, que era a de colocar no papel o que pensava sobre o aprender a aprender, Nicole Dantas Barreiros, aluna do 2º ano do ensino médio da EE Prof. Djalma Octaviano, ficou interessada em também ouvir alunos de outras escolas sobre as diferentes realidades e objetivos de cada um. “A ideia de misturar todo mundo e apresentar o projeto de outras escolas é muito bacana porque mostra que cada um tem um interesse e um pensamento diferente, que os alunos aprendem diferente e que nós aprendemos com eles e eles com a gente. Aqui pudemos compartilhar nossos sonhos e informações. É sempre bom conhecer algo novo e saber que existe tanta diversidade “, disse.
Já Ananda Beatriz da Silva, colega de classe de Nicole, chegou a uma conclusão simples e essencial com a experiência de conversar com alunos de outras escolas durante o encontro. “Todo mundo tem projetos de vida diferentes, mas todos têm a mesma visão de como se alcançar isso, que é com muito estudo. Por isso, a escola é tão importante para a gente”, disse.
Para Cláudia Vitória da Silva Costa, aluna do 6º ano da Emef Oziel Alves Pereira, a importância das oficinas para os estudantes vai além do encontro entre as escolas. “Para mim as oficinas são importantes para nos fazer entender a se expressar, a aprender que é preciso respeitar os colegas e também qualquer outra pessoa”, concluiu.
Acompanhando tudo de perto, Ângela Raquel dos Santos, professora coordenadora do ensino fundamental da EE Prof.ª Laís Bertoni, ressaltou alguns impactos positivos que as formações já causam entre os estudantes.
“Os alunos que estão participando dos encontros acabam compartilhando os assuntos discutidos com outros colegas da escola. Os educadores também percebem mudanças em sala de aula, principalmente quando acontece algum conflito. Nesses momentos, os estudantes lembram das discussões que acontecem nas formações e acabam praticando seu protagonismo na solução de embates interpessoais. Como a escola já trabalha com valores de convivência, as oficinas do Atitude Educação vêm somar com nossas ações”, afirmou a professora coordenadora.
Próximos passos
A série de oficinas do Atitude Educação já caminha para a reta final. Segundo Cláudio, o próximo encontro vai abordar a habilidade relacionada ao aprender a fazer. Nesta fase, serão realizados três encontros, com cada uma das escolas participantes. Já a quinta e última etapa está planejada para acontecer no dia 30 de novembro, em um encontro que deve ser planejado pelos próprios alunos protagonistas. “O que se espera é que a série de encontros auxilie os alunos a alcançarem uma educação integral, onde eles próprios são os protagonistas”, disse.
Atitude Educação
Criado em 2014, o Prêmio Atitude Educação visa valorizar as ações que tem como objetivo qualificar ainda mais a educação pública em Campinas/SP. A edição 2016 da premiação teve como objetivo reconhecer coletivos de alunos que desenvolvem ou irão desenvolver projetos que contribuam para a solução de situações/problemas reais de sua escola ou comunidade, ou ainda, que colaborem na aprendizagem dos alunos visando a melhoria da qualidade da educação pública na cidade. O tema proposto foi “Alunos Protagonistas. Que diferença vocês fazem? ”
A iniciativa da Fundação FEAC, por meio do Compromisso Campinas pela Educação (CCE), foi realizada em parceria com as Diretorias Regionais de Ensino Leste e Oeste de Campinas, além da Secretaria Municipal de Educação. O concurso foi voltado para estudantes do ensino fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA) das redes públicas municipal e estadual de Campinas.
Cada unidade escolar, representante do projeto vencedor por categoria, recebeu R$ 10 mil a serem investidos no desenvolvimento da iniciativa.
Confira os projetos finalistas e vencedores do Prêmio em 2016: http://atitudeeducacao.feac.org.br/
Saiba mais sobre a Academia Educar: http://www.educardpaschoal.org.br/projeto.php?id=3