(Por Laura Gonçalves Sucena )
Pensar em novas práticas e metodologias de trabalho por meio da implementação de projetos. Assim foram as oficinas realizadas com as instituições de acolhimento que compõe o programa Acolhimento Afetivo da Fundação FEAC. A ideia é que este ano, as instituições apresentem projetos inovadores que tenham como meta qualificar o atendimento, visando o bem-estar e proteção de crianças e adolescentes em situação de acolhimento.
Os primeiros encontros foram momentos de inspiração e ideação, nos quais os participantes puderam se reunir e trocar ideias para conhecer novas propostas e possibilidades de atuação em determinadas demandas em comum, falar sobre a importância de seus projetos, os resultados esperados, a viabilidade e relevância. Além de ouvir sugestões que possam qualificar e tornar mais efetiva as proposta de atuação.
Os temas sugeridos inicialmente e comuns aos serviços de acolhimento foram discutidos pelas organizações, sempre com a possibilidade de inclusão de novas demandas, a partir da realidade de cada instituição. Na pauta estavam a Acolhida, o Trabalho com a Família, Autonomia e Individualidade, Convivência Comunitária, Evasão, Trabalho em Rede, Acompanhamento após o Desacolhimento e o Mundo do Trabalho.
De acordo com Juliana Di Tomazo, especialista em serviço de acolhimento, e consultora contratada para acompanhar esse processo, os encontros são de inspiração. “As temáticas elencadas pela FEAC são muito relevantes aos serviços de acolhimento. Precisamos ampliar a ideia de projeto, saber que temas pretendemos trabalhar e quais práticas queremos mudar ou implantar. É importante que todos possam sugerir ações, dar ideias e aprofundar os temas”, explicou.
Para Adriana Lima de Oliveira, coordenadora geral da Cidade dos Meninos, a iniciativa da Fundação FEAC ajuda a repensar o trabalho nos serviços de acolhimento. “Nós estamos sendo desafiados a pensar em projetos e a frente que queremos atuar é com relação à iniciação profissional. Vamos olhar para o projeto de vida dos adolescentes e jovens e incentivar o protagonismo”, comentou.
Valdirene de Souza, coordenadora geral da Casa Maria de Nazaré, afirma que pensar em projetos é sair da zona de conforto. “Nosso desafio é ainda maior porque nossa casa é de passagem, então as ações precisam ser rápidas e eficazes. Estamos pensando em atividades socioeducativas e queremos qualificar nossas ações”, falou.
Segundo Ana Lídia Puccini, líder do Acolhimento Afetivo, o programa vem trabalhando com três grandes objetivos estratégicos: garantir condições para um acolhimento institucional saudável, que favoreça o bem-estar físico e emocional dos acolhidos; aprimorar estratégias que possibilitem aos acolhidos o desenvolvimento de uma vida autônoma e inserida na sociedade; e incentivar propostas e estratégias inovadoras de atendimento e cuidado aos acolhidos.
“Nesse sentido, a proposta de uma atuação por projetos incentiva as organizações a pensarem em um problema que gostariam de resolver ou minimizar e agir com esse foco, sem se perder na rotina tão complexa do serviço de acolhimento. Assim, conseguimos visualizar melhores resultados de nosso investimento financeiro e técnico, a partir dos objetivos macros do programa e, principalmente, de novas perspectivas e cuidados com as crianças e adolescentes acolhidos, que é nosso objetivo central nesse programa”, explicou Ana Lídia.
Acolhimento Afetivo
O programa, que investe no bem-estar e proteção das crianças, adolescentes, adultos e idosos em situação de acolhimento, tem como objetivo garantir espaços de construção de identidade e cidadania plena, ampliando as redes individuais de vínculos familiares e sociais protetivos.
Mais informações: https://www.feac.org.br/acolhimentoafetivo/