O projeto visou promover a articulação do público direto, os mobilizadores sociais, em conjunto com o público indireto na elaboração de conteúdos informacionais (podcasts, entrevistas, músicas, vídeos, fotografia, arte visual, entre outros). A interação entre público direto e indireto se deu na realização das atividades em grupo (ações socioeducativas) ao longo da execução do primeiro ano do projeto, com a reprodução no ano seguinte.

Com isso, pretendeu-se que as ações realizadas com adolescentes/jovens em cumprimento das medidas socioeducativas em meio aberto e fechado favoreça o afastamento do universo infracional, por meio da estratégia de atuarem enquanto referências positivas aos seus pares. Com o público da Proteção Social Básica (SCFV/CCI) pretendeu-se promover espaços de diálogos e reflexão entre as juventudes e que sejam preventivos à prática infracional e situações de risco.

As atividades aconteceram nas unidades da Fundação Casa e nos equipamentos da PSB nos territórios, a partir da aderência e disponibilidade e na unidade do COMEC.

No início do segundo semestre do primeiro ano de execução do projeto, foi selecionado um(a) mobilizador(a) social de referência para a função de educador(a) social.

Em complemento, algumas outras estratégias foram promovidas diretamente com os mobilizadores sociais, com o objetivo de oportunizar outros de acessos em direta relação aos interesses e habilidades individuais, em âmbito pessoal e permeando o mundo do trabalho. São eles:

– Formação em Educação Social, em parceria com o GEPPES, focado nos mobilizadores sociais de referência;

– Oficinas de Empreendedorismo social e Economia criativa, viabilizada por especialistas no tema, aberto a todos os mobilizadores sociais;

– 10 Podcasts produzidos pelos Mobilizadores sociais: Os temas escolhidos e abordados foram diversos, mas todos englobaram assuntos pertinentes à realidade e o contexto sociocultural dos nossos adolescentes, como violência policial, pixo e grafite, cultura urbana, desafios e trajetória de vida da população periférica.

– 24 músicas produzidas: Em sua maioria, aproveitaram a presença do produtor musical do projeto para gravar as suas músicas autorais, e avançar nos seus projetos artísticos.

– Produção e lançamento do documentário “Mão na Lata: pixo, risco e ação

– A produção de websérie para concorrer ao Prêmio FEAC de Jornalismo. Vale ressaltar que esta produção foi organizada de maneira autônoma pelos mobilizadores sociais do projeto. A equipe técnica deu suporte nas questões técnicas e de logística;

– Parceria com outros projetos sociais, para ampliar as possibilidades de formação, desenvolvimento profissional e pessoal dos mobilizadores e mobilizadores sociais do projeto, como por exemplo, a formação do projeto “Jovem Chef”;

– Parceria com serviços da saúde para realização de atividades, como por exemplo, a atividade realizada com o CAPS sobre o uso de drogas e a redução de danos;

– Encaminhamentos para vagas e oportunidades de emprego e geração de renda. Foi criado um grupo no whatsapp com os mobilizadores sociais do projeto em que, semanalmente, enviamos diversas oportunidades para geração de renda (emprego CLT, autônomo e/ou freelancer);

– Contratação de profissionais especialistas para realizar capacitações e atividades estratégicas para trabalhar questões individuais e coletivas que se destacaram ao longo do projeto. Contratamos, por exemplo, a psicóloga Patricia Camargo para realizar uma capacitação sobre saúde mental e inteligência emocional; e ainda, o Coletivo Atreva-se para trabalhar, a partir das histórias de contos de Fadas (Bela e a Fera, Cinderela, etc) questões e reflexões relacionadas ao patriarcado;

– Promoção de atividade de integração entre os mobilizadores sociais como: participação em confraternizações, visitas em locais culturais e esportivos da cidade de Campinas;

– Favorecer que os jovens ocupem espaços de participação política, como o Fórum de Juventudes e as atividades da Campanha Cada Voto Conta;

– Frequentaram espaços de representatividade cultural, político e social (A Banca, Instituto Favela da Paz, OMG Cultural, entre outros);

– Foi Trabalhado com os mobilizadores sociais os desafios da evasão escolar e os encaminhamentos possíveis para retomada da inserção escolar.

Geralmente, os atos infracionais são cometidos por adolescentes que estão em situação de vulnerabilidade e risco social, associado a outras circunstâncias como baixa escolaridade, fragilidade de vínculos familiares ou comunitários, aliciamento pelo tráfico de drogas, trabalho infantil ou envolvimento com atos de violência.

Portanto o Sintonizando na Transformação tem como público direto adolescentes/jovens que cumpriram medidas socioeducativas no COMEC, na faixa etária de 16 a 29 anos, de diversos gêneros, residentes em Campinas, que estão em condições de vulnerabilidade social, decorrente de fatores estruturais (socioeconômico, precarização do trabalho, escassez/ausência de políticas públicas, violência) e subjetivos (sofrimento/adoecimento mental, impactos da exclusão social e/ou violência), com vínculos informais de trabalho e defasagem escolar. O perfil das famílias tem predomínio de monoparentalidade feminina, baixa escolaridade e vínculo de trabalho informal, com renda mensal de um salário-mínimo.

Por público direto entende-se mobilizadores sociais, jovens que cumpriram medidas socioeducativas e que participaram do projeto em edições anteriores, assim como outros adolescentes e jovens participantes da edição atual. Por público indireto, entende-se adolescentes e jovens em cumprimento de MSE em meio fechado, adolescentes e jovens em cumprimento de MSE em meio aberto atendidos pelo COMEC, e adolescentes e jovens inseridos nos serviços da Proteção Social Básica.