(por Diana Azevedo)

 

No último dia 10 de abril, o grupo formado por diversos atores que demonstram interesse e compromisso com a  melhoria da educação pública se reuniu novamente para dar continuidade às discussões que envolvem o cenário educacional, a relação das escolas com os alunos e a necessidade de tornar a  comunicação entre eles mais dinâmica e positiva.

O encontro foi iniciado com uma dinâmica que propôs aos participantes pensarem além do que eles acreditam ser o limite. De uma maneira criativa, pequenos grupos foram estimulados a encontrarem uma solução para um problema aparentemente simples.

A dinâmica

Os participantes tinham como objetivo conseguir conectar os nove pontos da imagem com apenas 4 linhas, sem tirar a caneta do papel. Na primeira etapa, cada um tentou resolver a questão sozinho, mas ninguém conseguiu. Na segunda etapa, formaram-se duplas, que também não conseguiram resolver o problema. Na terceira e última etapa, os participantes formaram grupos de quatro pessoas e então, juntos, conseguiram encontrar uma solução para o desafio.

Ao término da atividade todos foram convidados a expor suas soluções para o problema proposto por Flávia Guimarães, da Assessoria de Educação e Cidadania da SME.

A partir dessas soluções, foram identificadas as características, potencialidades e necessidades que o exercício trouxe em relação aos alunos reais.

Todos os envolvidos colocaram em pauta aquilo que percebem no dia a dia em relação aos estudantes. Dos pontos positivos observados pelos educadores, o dinamismo, o interesse por tecnologias e a sensibilidade desses alunos faz deles sujeitos com o desejo de buscar conhecimento. Eles se tornam atores pró ativos na comunidade escolar, críticos e ávidos por novidades.

Visto o lado positivo dessa nova geração, todos concordaram que mesmo com todas essas características, muitos estudantes ainda têm uma enorme dificuldade de aceitar comandos e de se conectar com o outro, que nesse caso são os professores e diretores das escolas. As barreiras de comunicação e empatia são evidentes e é o maior desafio das instituições. Por conta disso, a necessidade de implementar novas abordagens é constante.

Professores buscam cada vez mais apresentar novas formas de ensino, que sejam mais dinâmicas e práticas, para despertar o engajamento desses alunos em sala de aula. Eles estão buscando novas linguagens para se aproximar desses indivíduos e colocando para os alunos desafios a serem superados de forma coletiva.

Ao final do encontro, os participantes foram convidados a verificar se os estudantes se identificam com os apontamentos levantados por eles, mas a partir de suas próprias concepções de mundo. O objetivo dessa proposta é trazer o olhar dos alunos sobre eles mesmos e dessa forma, junto com a comunidade escolar, pensar em novos caminhos

Segundo Cláudia Chebabi, líder do Programa Educação da FEAC, esse encontro foi uma grande oportunidade de alinhamento com os membros do Ciclo de Diálogos.

“Ampliamos o nosso olhar, a partir dos diversos entendimentos em relação ao aluno real que ocupa a escola. Essa atividade não se encerrou. Temos a lição de casa de escutar as vozes dos próprios alunos. Esse exercício proposto é rico, pois nos confere apropriação das diversas vozes, acolhimento dos diversos olhares e o refinamento necessário nos conceitos que irão subsidiar a criação de soluções viáveis para alguns dos inúmeros desafios da educação básica de Campinas”, explicou Cláudia.

Sobre o Ciclo de Diálogos

O Ciclo de Diálogos em Educação é uma iniciativa da Fundação FEAC e da Secretaria Municipal de Educação de Campinas (SME) e tem como foco discutir, criar e efetivar práticas inovadoras que impactem qualitativamente na educação em Campinas/SP por meio da promoção de um campo de diálogo e de colaboração transetorial. 

Mais informações: https://www.feac.org.br/ciclo-e-dialogo/