A data de 25 de maio foi oficializada, em 1996, como Dia Nacional da Adoção. A definição se deu por representantes presentes durante realização do I Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção.

O número de crianças e adolescentes à espera de uma família afetiva é grande. E quando se fala de adoção tardia este montante cresce ainda mais. No Brasil, 4.605 crianças e adolescentes de seis a 17 anos, já destituídas de suas famílias de origem, estão no aguardo de uma família afetiva. Cerca de 100 delas estão em Campinas/SP, sendo que neste total há grupos de irmãos que não podem ser desmembrados. De 2008 a 2016, das 371 adoções efetivadas na cidade de Campinas/SP, apenas 39% compreende esta faixa etária.

 À espera

“Temos, hoje, 471 pessoas ou casais cadastrados”, contou Márcia Fonseca, assistente social da Vara da Infância e Juventude de Campinas.  

O tempo médio de espera é de sete anos. Esta demora pode estar diretamente relacionada ao perfil da criança e do adolescente desejado pela pessoa ou família. “Quanto mais exigências maior será o tempo de espera”, explicou a assistente social.

No entanto, há outros entraves e desafios, para além dos requisitos estabelecidos pelas famílias candidatas a adotantes.

Até que haja a destituição do poder familiar, etapa que antecede a liberação para colocação em família substituta, os anos costumam passar e para uma criança e adolescente acolhidos em abrigos esse tempo pode ser longo e doloroso demais. ”Cabe aos órgãos diretamente ligados ao processo de adoção, dentre eles o Poder Judiciário, promover com mais celeridade os processos de destituição do poder familiar” constatou Cláudio Razairo, assessor técnico do Departamento de Assistência Social (DAS) da Fundação FEAC.

 Devolução

Além de pequenas chances desta faixa etária conseguir uma família que tope a adoção, há dificuldades, por parte de quem adota, de entender as histórias que estas crianças e adolescentes trazem consigo.

Segundo Viviane dos Santos Flauzino, pedagoga e coordenadora das Casas Lar Crer & Ser, um dos serviços de acolhimento executados pela Associação de Educação dos Homens de Amanhã (AEHDA) – Guardinha, parceira da Fundação FEAC, devolver uma criança ou adolescente para o obrigo gera angústia e revolta na maioria dos casos. “Ele ou ela já foi rejeitado várias vezes e está passando por mais uma rejeição. Nestes casos falta para a família adotante uma consolidação afetiva de pertencimento para identificar que aquela criança é dela”, frisou.

As adoções tardias precisam ser bem trabalhadas. A grande maioria dos casais está na fila na esperança de adotar um bebê. Depois de muitos anos no aguardo resolvem ampliar a faixa etária e acabam adotando uma criança mais velha. “Esta criança não pode ser a válvula de escape de um bebê que não chegou, porque senão este filho adotivo nunca vai atingir as expectativas desse casal”, destacou Viviane.

Em Campinas, a avaliação das pessoas ou famílias que pretendem entrar para a fila de adoção é feita pela Vara da Infância e Juventude. É nesta oportunidade que estas pessoas são levadas a refletir sobre o motivo que as levaram a uma adoção tardia, quando é o caso. Outro item importante é saber como a família enxerga a adoção. Segundo a assistente social da Vara da Infância, é importante saber também como os pretendentes imaginam que irão lidar com questionamentos que virão por parte dos adotados e como será a revelação da origem das crianças e adolescentes.

Em Campinas, o cadastro para adoção é realizado no Departamento de Adoção da Vara da Infância e Juventude da cidade.

Contatos:
Fundação FEAC: (19) 3794.3511

Associação de Educação do Homem de Amanhã (AEHDA) – Serviço de Acolhimento Crer & Ser:(19) 3772.9695

Departamento de Adoção – Vara da infância e Juventude de Campinas: (19) 3756.3523/3524