Aos 60 anos, Fundação FEAC inova nas ações voltadas à redução das vulnerabilidades sociais

Correio, Campinas, 28 de abril de 2024

A Fundação FEAC completou 60 anos em Abril desse ano. Ao longo esse tempo, a instituição tem contribuído para a redução das vulnerabilidades sociais na cidade de Campinas por meio da promoção humana, da assistência, e do bem-estar social, com prioridade à criança e ao adolescente Somente nos últimos vinte anos, segundo o diretor executivo, José Roberto Dalbem, o investimento realizado em projetos sociais foi da ordem de R$ 300 milhões, sendo que cerca de 150 instituições parceiras foram apoiadas e perto de 400 mil pessoas foram beneficiadas, 60% delas crianças e adolescentes. Na atualidade, 111 Organizações da Sociedade Civil (OSCs) são atendidas de alguma forma pela FEAC: 28% delas são voltadas para crianças e adolescentes; 29% para jovens e 43% para adultos em estado de vulnerabilidade social.

Este ano, a FEAC promoveu uma importante mudança em seu modelo de atuação Agora, além do foco no fortalecimento das organizações da sociedade civil que atuam direto no atendimento às populações vulneráveis, a Fundação irá também ampliar o leque de seus de parceiros e enfatizar o desenvolvimento de comunidades e seus territórios, a começar pala implantação de um projeto piloto na região do Jardim São Marcos, inaugurado ontem, no norte da cidade. A intenção é que esse projeto seja bem-sucedido e possa inspirar iniciativas semelhantes em outros lugares. O diretor executivo da fundação, José Roberto Dalbem, explica que durante um longo tempo, desde a sua criação, de 1964 até 2017, a instituição trabalhou com o repasse de recursos com foco na manutenção das entidades. Eram os chamados “doações livres”. A partir de 2018, porém, a Fundação passou a priorizar as “doações onerosas”, ou seja, a apoiar ações por meio de investimentos em projetos sociais das organizações, o que implica em objetivos específicos e metas claras a serem alcançadas. “A OSC apresenta uma ação com uma expectativa de resultado e a Fundação começa a investir no projeto. É o que é chamado de ‘doação onerosa’. É a lógica do investimentosocial privado. Há a necessidade de termos uma contrapartida social, sendo que a proposta é escolhida sempre tendo como foco a questão da vulnerabilidade social, priorizando as crianças e adolescentes e suas famílias”, explica Dalbem.

A Fundação FEAC trabalha com dois tipos de projetos: os propostos pelas OSCs e os formulados pela própria fundação, que são, prioritariamente, voltados à qualificação de diferentes aspectos das organizações parceiras, de tal forma que o impacto social alcançado nos projetos seja sustentável, pois há a incorporação de tecnologias ou equipamentos na estrutura, serviços e modelo de atuação dessas organizações. Nessa frente de atuação, Dalbem destacou três iniciativas que são disponibilizadas atualmente – o projeto “Verdejando Escolas”, o “Espaços Educadores” e o “Caminhos do Brincar”.

“Os espaços em que as crianças estão podem ser indutores de desenvolvimento cognitivo e socioemocional delas, além de impulsionar a criação de vínculos afetivos e de confiança. Por isso mesmo, a Fundação estimulou esses três projetos, sendo que o primeiro promove uma interação com o verde, com a natureza; o segundo trata de prover às OSC’s um mobiliário voltado às crianças e o terceiro procura trabalhar o espaço público para que crianças possam interagir e brincar de forma seguras e que, desse modo, elas possam desenvolver cidadania, uma vez que passam a se sentir como parte da cidade, uma cidade que acolhe, protege e empodera suas crianças”, explica Dalbem.

TRÊS EIXOS

Após uma nova rodada de planejamento estratégico realizada no ano passado, a FEAC decidiu se orientar por três eixos ao longo dos próximos cinco anos. O primeiro e o principal deles é voltado ao fortalecimento das organizações da sociedade civil, que recebem 64% dos recursos alocados pela entidade. “Tudo acontece através delas. Quando a gente fala dessas organizações, não são simplesmente OSC’s organizadas, reguladas, mas também coletivos e lideranças locais, ou seja, organizações que precisam ser fortalecidas para que a gente cumpra a nossa missão de redução da vulnerabilidade social”, detalha Dalbem.

O segundo eixo estimula a colaboração intersetorial. A ideia é que a FEAC seja uma articuladora, que consiga conectar instituições do primeiro, segundo e terceiro setores, ou seja, Poder Público, empresas, universidades e afins; e as organizações da sociedade civil. O terceiro eixo é o desenvolvimento territorial.

Em relação a este último, foi definido um território de vulnerabilidade social, surgido de um estudo realizado em parceria pela FEAC e o Observatório PUC-Campinas, que mapeou todo o município de Campinas. A região do Jardim São Marcos foi a escolhida para receber o projeto-piloto.

“Em parceria com a comunidade local, teremos um sistema de governança e um comitê comunitário que vai ser composto por lideranças locais e mais de quinze organizações da sociedade civil. Estamos articulando essas entidades que existem no bairro para sentir a real necessidade do que é preciso ser feito para que a região se desenvolva. O primeiro passo que nós demos, junto à Prefeitura, foi a construção de um espaço de convivência comunitário, com uma quadra e outros locais de interação, que foi inaugurada no dia 27 de abril, no aniversário de registro da Fundação FEAC”, celebra Dalbem.

A ideia agora, acrescenta, é potencializar a vocação para inovar já existente de Campinas para a construção de um polo de inovação e empreendedorismo social no município e para viabilizar a sua ambição e nova atuação, a Fundação irá aumentar em mais de 20% os investimentos em relação a 2023, passando de R$30 para R$37 milhões e com a visão de progressão contínua desses valores.