O projeto Acelera Saúde Auditiva, realizado pela Associação Pais Amigos Surdos Campinas (Apascamp) em parceria com a Fundação FEAC e a Prefeitura Municipal de Campinas, foi criado para diminuir o tempo de espera por testes de audiometria nos serviços públicos do município.

Em agosto de 2022, mais de 2 mil pessoas aguardavam uma vaga para realizar o exame, com pacientes na fila há dois anos, sem perspectiva de atendimento, devido à crise sanitária causada pela Covid-19. Após os seis meses do projeto, em janeiro desse ano, pelo menos 700 pessoas conseguiram agendar consultas, obter laudos e dar seguimento ao atendimento, impactando positivamente todo o sistema.

Novos equipamentos ajudam a agilizar o atendimento

“O projeto surgiu para atender a uma demanda muito específica que se apresentava no município pós pandemia”, explica Viviane Machado, coordenadora do Programa Mobilização para Autonomia, da Fundação FEAC. Ela aponta que a ampliação da carga horária dos profissionais e a compra de equipamentos mais modernos que agilizam os procedimentos contribuíram para a redução da fila a patamares razoáveis.

“Isso permite que os ganhos não se restrinjam ao período em que o projeto foi realizado, mas continuem refletindo na qualidade e número de atendimentos prestados por intermédio do convênio da Apascamp com a Secretaria Municipal de Saúde. Nossa intenção é que o fluxo aconteça dentro do esperado e que as pessoas possam ser atendidas o quanto antes”, afirma Viviane.

Ela também ressalta a importância em garantir esse direito básico do cidadão, em especial às populações mais vulneráveis que são maioria no serviço. “Nós sabemos que a falta de um exame como esse de audiometria impacta diretamente no acesso dessa pessoa a outros benefícios, iniciando pelo direito a um laudo e encaminhamentos assertivos. O tempo de espera por esse atendimento pode ser um agravante para sua condição.”

Exame é prioridade para alguns diagnósticos

A dificuldade para realizar o teste de audiometria em crianças com suspeita de transtorno do espectro do autismo (TEA), por exemplo, se desdobra em demora no diagnóstico e, consequentemente, atraso no início do tratamento indicado. “A gente tem uma responsabilidade bem grande nas mãos que é dar esse diagnóstico rápido, para que o paciente possa voltar logo ao posto de saúde e ser encaminhado para o médico que ele precisa”, diz a fonoaudióloga Anila Roncolato, que atua no serviço de saúde auditiva da Apascamp, e participou do projeto.

“O exame serve como diagnóstico diferencial, para excluir que o paciente tenha perda de audição. Todas as queixas relacionadas com a atenção, comportamento, fala, no acompanhamento das aulas, sempre precisam da audiometria. Por isso essa demanda tão grande”, diz.

A melhoria pode ser sentida em todo o sistema, já que a Apascamp faz a triagem de boa parte dos atendimentos na área da saúde auditiva. O serviço possuía três salas de audiometria, só que uma delas estava com um equipamento muito antigo e lento. “Nós demorávamos o dobro do tempo para realizar o exame nessa máquina. É um exame que pode demorar de 30 a 40 minutos, dependendo da idade do paciente. No equipamento antigo demorava mais de uma hora”, diz Roncolato.

“A estratégia do projeto baseou-se em um cálculo que previu a redução da fila em 37% para atingir um patamar razoável. Foi estipulada uma meta de 700 atendimentos distribuídos em seis meses. E nós atingimos”, comemora.

Ela conta que a fila nunca vai ser zerada. “O que a gente quer é que o paciente, do momento em que ele tem a consulta com o médico, leve de 30 a 40 dias, no máximo, para fazer o exame, que é mais ou menos o que a gente espera no convênio médico particular. Um prazo tranquilo, em que o diagnóstico e o tratamento não serão prejudicados pelo tempo que ele ficou esperando”, conclui.

Sobre a Fundação FEAC

A Fundação FEAC é uma organização independente que atua em Campinas (SP) com o objetivo de contribuir para criação de uma sociedade mais justa, sustentável e com igualdade de oportunidades. Para isso, investe em ações de educação, assistência social e promoção humana com foco nas regiões e nas populações mais vulneráveis, especialmente crianças e jovens, e no impulsionamento de organizações da sociedade civil, empresas e pessoas para as causas sociais.

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Fundação FEAC

Camila Mazin – Analista de Comunicação

(19) 3794-3523, (19) 99934-2578