Com uma proposta inédita, o projeto Território de Todos atende em domicílio pessoas com deficiência intelectual e síndrome de Down, residentes na Região Sudoeste de Campinas (Ouro Verde, Chácara Campos Elíseos, Jardim Santa Lúcia, Vila União, Parque Tropical e Jardim Novo Campos Elíseos). A iniciativa busca contribuir para a efetiva inclusão social das pessoas em serviços, contextos e espaços relacionados às demandas sociais – saúde, educação, lazer, cultura, assistência social, entre outras – nos territórios em que elas residem. .
Financiado pelo Programa Mobilização para Autonomia (MOB) da Fundação FEAC e executado pela Fundação Síndrome de Down (FSD), o projeto está sediado no Centro Comunitário do Jardim Santa Lúcia (CCJSL), região marcada pela vulnerabilidade social e que não à toa foi escolhida para ser o local de atuação do Território de Todos. Por meio de dados de uma pesquisa da FSD, foram apontados os locais utilizados pelo público com deficiência, permitindo identificar diversas necessidades e carências de equipamentos para atender essa população. Além disso, uma demanda em especial inspirou o projeto, o fato de muitas pessoas com deficiência intelectual geralmente terem o convívio social limitado, restrito à residência ou à família.
Composto por uma equipe que integra educadores sociais, psicólogo, assistente social e coordenadora, o Território de Todos traz, além da experiência do atendimento em domicílio, suporte às famílias das pessoas com deficiência de todas as idades. Por meio de uma série de visitas que promove atividades lúdicas e pedagógicas com os usuários, a equipe coleta informações sobre preferências pessoais, aspirações e história de vida e acompanha a dinâmica familiar. Cumprida esta etapa é feita uma agenda personalizada que contempla passeios e visitas a diversos locais, bem como encaminhamentos para serviços disponíveis no próprio território – tirando a pessoa com deficiência do limitado espaço domiciliar que até então é seu universo de vida.
O Território de Todos foi inspirado no Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas (SPSBPDI), que embora previsto na política de assistência social e recomendado pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI), não é oferecido no município de Campinas. “Por isso surge o projeto piloto de execução do SPSBPDI, destacando-se a relevância e potenciais impactos com a proposta de um serviço ainda não ofertado”, declarou Regiane Fayan, líder do Programa MOB.
Voltar à escola, andar de ônibus, participar de novas atividades, ir para o mercado de trabalho e frequentar espaços públicos. Esses são alguns exemplos de conquistas que representam oportunidades de superação e autonomia proporcionadas graças ao Território de Todos. A iniciativa busca propiciar saúde emocional, proteção social, qualidade de vida e inclusão das pessoas com deficiência. Desta forma, trabalha o pertencimento local e promove a inclusão territorial a partir da participação ativa da pessoa com deficiência na comunidade e em seu entorno, com vistas a redução e rompimento de barreiras existentes.
As pessoas atendidas chegam por meio de encaminhamentos da rede socioassistencial, como Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centros de Saúde, hospitais e serviços de saúde e educação, programas de inserção no mercado de trabalho*, entre outros.
O Programa Mobilização para Autonomia (MOB) investe em soluções com o objetivo de assegurar a inclusão efetiva das pessoas com deficiência. Se dedica a romper barreiras para que as pessoas com deficiência possam participar da sociedade e exercer plenamente seus direitos.
