O acesso a serviços públicos essenciais, como saúde, educação e serviços socioassistenciais, é um dos pilares fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa. Quando falamos sobre bem-estar social, não podemos ignorar que esses serviços são garantias constitucionais e direitos de todos os cidadãos. Entretanto, muitas vezes, a falta de acesso, especialmente em cidades ricas, permanece invisível, mesmo quando a oferta dos serviços existe.

Em áreas urbanas desenvolvidas, como grandes centros a qualidade  e o acesso a serviços públicos é, em muitos casos, superior à média nacional. Contudo, isso não significa que todas as pessoas tenham acesso pleno e igualitário a esses serviços. A vulnerabilidade social não se manifesta apenas em lugares onde há carência material evidente. Ela também está presente quando as barreiras para acessar o que é de direito permanecem intransponíveis para determinados grupos.

O desafio da diversidade, equidade e inclusão

A dificuldade de acesso em ambientes urbanos vai além de uma mera falta de oferta. Muitas vezes, pessoas de diferentes etnias, gênero, orientação sexual e classes sociais enfrentam barreiras invisíveis, que impedem o uso e o pleno acesso a serviços públicos.

Essas barreiras surgem de preconceitos sistêmicos, falta de adaptação para a diversidade ou até mesmo de políticas públicas que não consideram as particularidades de cada grupo.  No contexto de equidade e inclusão, o conceito de acesso precisa ser repensado. Afinal, ter o serviço disponível não é suficiente se ele não for acessível a todos de maneira equitativa.

Exemplo disso, é que em cidades ricas, onde a infraestrutura de saúde é moderna e eficiente, uma mulher negra de periferia pode encontrar dificuldades para ser atendida da mesma forma que uma mulher branca de classe média alta.

E, da mesma forma, uma pessoa LGBTQIA+ pode se deparar com preconceitos ou falta de preparo das equipes de saúde. E, isso cria uma barreira tanto no acesso a serviços públicos quanto no cuidado integral.

Mobilidade urbana e acesso aos serviços

Outro fator crucial que afeta o acesso aos serviços públicos em cidades grandes e ricas é a mobilidade urbana. Embora existam centros de excelência em saúde e educação, nem todos têm as mesmas condições de se deslocar até eles. A falta de transporte público adequado ou seguro, além da distância entre bairros periféricos e os grandes centros, se tornam obstáculos significativos para que a população mais vulnerável.

Esse tipo de barreira contribui para a manutenção da vulnerabilidade social, pois pessoas que já estão em situação de risco ficam privadas de oportunidades de melhoria, perpetuando o ciclo da desigualdade.

O papel dos serviços socioassistenciais na promoção do bem-estar

Os serviços e projetos socioassistenciais — como os da Fundação FEAC — desempenham um papel fundamental na redução da vulnerabilidade social, pois vão além do atendimento emergencial e oferecem suporte para que as pessoas e famílias superem as situações de risco.

Para que haja inclusão real e cidadania ativa, é imprescindível que todos, tenham acesso garantido a esses serviços. Eles são a ponte entre a população vulnerável e as oportunidades que permitem o rompimento do ciclo de pobreza.

Portanto, a luta pelo acesso universal e equitativo aos serviços públicos e socioassistenciais é, ao mesmo tempo, uma luta pelo direito à cidadania plena e pela dignidade humana.

As cidades devem ser atentas às demandas de sua população mais vulnerável, garantindo que as portas da saúde, educação e da assistência social estejam abertas a todos.

O desafio está em transformar a oferta em acesso real, integrando políticas de inclusão, equidade e mobilidade que alcancem aqueles que mais precisam.

Em resumo, o acesso a serviços públicos e socioassistenciais não é apenas uma questão de estrutura, mas de justiça social.
O direito de acessar esses serviços é a base de uma sociedade que se preocupa verdadeiramente com o bem-estar de todos os seus cidadãos. Portanto a chave para reduzir as desigualdades que ainda persistem.