Uma manhã de trocas de experiências e muitas atividades. No último 30 de abril, a segunda edição do Encontro de Compartilhamento da Formação para os profissionais do Sistema Único de Assistência – SUAS, uma parceria da Fundação FEAC com a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social de Campinas, reuniu cerca de 200 pessoas que conheceram as ações realizadas nos diversos serviços e participaram de oficinas propostas pela região Leste, última região a ser formada, e da região Sudoeste.
A ideia destes encontros é replicar, de maneira mais didática, o conteúdo do Caderno de Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, que tem como expectativa provocar a reflexão e apoiar profissionais e gestores no desenvolvimento de práticas mais qualificadas e participativas de convivência nos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Proteção Social Básica.
Segundo Abgail Torres Silvestre, uma das facilitadoras desta formação, as oficinas oferecidas têm o objetivo de aproximar os trabalhadores dessa Concepção em todas as regiões da cidade de Campinas e ainda fomentar e estimular que eles compartilhem o que têm de experiência, nos encontros como este, para ampliar seus saberes.
As oficinas ofertadas no evento como: aula circense, ecobatucada, Ouvirtude, contação de história, grafite/mosaico foram alinhadas ao capítulo “Convivência como Processo e Metodologia”, do Caderno de Concepções, que se dedica a dimensionar as tecnologias e ferramentas que irão minimizar vulnerabilidades e conquistar a proteção socioassistencial. Esta abordagem se concretiza por meio de encontros de conversação e afazeres caracterizados por: escuta; valorização e reconhecimento; situação de produção coletiva; exercícios de escolha; tomada de decisões; reconhecimento de limites e possibilidades das situações vividas; experiência de escolher e decidir coletivamente; experiência de reconhecer e nominar suas emoções nas situações vividas; e experiências de reconhecer e administrar a diferença.
“O que temos observado é que o modo que foi desenvolvida a metodologia com troca de experiências e muita produção coletiva nos encontros, possibilita onde os participantes conhecem outras organizações e desenvolvem atividades com os usuários de outros serviços tem sido uma estratégia muito potente para que eles se relacionem com as redes de serviços da cidade, que reconheçam nas suas próprias práticas, a proximidade ou a distância com a concepção. E essa reflexão é estimulada nas palestras, para que possam repensar suas práticas”, explicou Abgail.
Um outro ponto identificado neste processo inédito é a participação de profissionais de diferentes responsabilidades nos serviços, vivenciando uma capacitação conjunta (educadores, coordenador, gerente, técnicos da Secretaria, assessores da FEAC) que trabalha desenvolvendo as atividades, sem hierarquia entre eles ou com os facilitadores.
A horizontalidade tem gerado um impacto importante no modo de olhar o trabalho. Essa metodologia é inusitada diante ao que foi proposto até hoje, porque normalmente as formações são distintas para os profissionais técnicos e para profissionais educadores. Essa oportunidade dos educadores estarem com seus gerentes e com seus coordenadores vivenciando um diálogo, tem experimentação da horizontalidade.
“Outro diferencial observado pelo retorno e avaliações feitas pelos participantes, nós tentamos construir os encontros com bastante acolhimento e prontidão para um trabalho de grupo”, contextualiza a facilitadora. Esta iniciativa que adotada intencionalmente, vem favorecendo que o clima do trabalho seja festivo e ameno. “Estamos refletindo sobre questões complexas da intervenção cotidiana, lidando com responsabilidade e seriedade sobre situações de sofrimento de pessoas que são atendidas na política de Assistência Social, mas buscamos fazer isso de modo a produzir entre os trabalhadores um lugar de acolhimento, alegria, comemoração pelos resultados do trabalho. Essa celebração de resultados alcançados valoriza as potencias desses trabalhadores para impulsiona-los a aperfeiçoarem e qualificarem seus trabalhos.
Para Talita Colusne da Silva, psicóloga na Legião da Boa Vontade – LBV, localizada na região Sul que receberá essa formação em novembro, o evento foi muito produtivo. “Esse encontro possibilita que façamos articulação entre os serviços”, comemora ao falar da colega Iara Ferreira gestora do Educandário Eurípedes – que executa o Centro de Convivência Inclusivo e Integracional da região Norte, que poderá utilizar no seu serviço da experiência aprendida com a LBV.
A próxima região a receber a formação será a Noroeste, nos meses de maio e junho. O programa que teve início em dezembro de 2015 segue até dezembro deste ano. Em agosto e setembro será a vez da região Norte. A última região a receber a formação é a Sul, nos meses de outubro e novembro. A cada término de formação de uma região acontece um Encontro de Compartilhamento com atividades diversas e trocas de experiências.
Sobre o Programa Convivência no SUAS
Formação voltada às instituições que executam o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, prioritariamente com participação dos educadores sociais e equipe técnica, com o objetivo de Fomentar a reflexão e o diálogo dos trabalhadores do Serviço Único de Assistência Social (SUAS) sobre a dimensão relacional como resposta de provisão da Assistência Social; construir coletivamente instrumentos e ferramentas para o trabalho social que ampliem os conhecimentos sobre vínculos relacionais como fonte de proteção e de reconhecimento social, e que diversifiquem as estratégias adotadas nos serviços; oferecer subsídios para o reordenamento dos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos de forma articulada com os demais serviços de proteção básica e especial.
Informações: (19) 3794.3543