O ano letivo para os cerca de 118 mil alunos de 175 escolas ligada às Diretorias de Ensino Leste e Oeste de Campinas começou no dia 15 de fevereiro. Já os cerca de 8.500 profissionais das escolas da rede estadual do município voltaram ao trabalho nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro para o planejamento pedagógico.
Além do acolhimento tradicional que sempre acontece no retorno às salas de aula, este ano os alunos iniciam o ano escolar discutindo o assunto que mais mobilizou e criou polêmica em 2015 na rede estadual: a reorganização escolar.
“O governo vai continuar discutindo a reorganização com os membros da comunidade escolar. Não vai haver reorganização nas escolas que não concordarem com o processo em 2016”, disse o secretário de Estado da Educação, José Renato Nalini, em entrevista a uma emissora de TV no dia 15 de fevereiro.
Neste sentido, houve a orientação para que todas as Diretorias de Ensino, que representam a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, planejassem com suas equipes pedagógicas discussões dentro das escolas. “Existe a necessidade de que sejam abertos espaços de diálogos dentro das unidades, nas Aulas de Trabalho Pedagógico Coletivo (ATPCs) e reuniões com os alunos, para que todos reflitam sobre as ocupações. A expectativa é que haja mais participação da comunidade na escola”, afirmou o dirigente da Diretoria de Ensino Campinas Leste, Nivaldo Vicente.
Reorganização
A proposta da Secretaria de Estado da Educação é de ampliar o número de unidades com ciclo único com o objetivo de oferecer uma escola mais preparada para as necessidades de cada etapa de ensino. Além disso, o processo de reorganização leva em conta dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), que apontam para uma tendência de queda de 1,3% ao ano da população em idade escolar no Estado de São Paulo. A reorganização prevê ainda a transferência de 30 mil alunos e a utilização de 90 unidades escolares em todo o estado para outras funções.
A divulgação do processo de reorganização resultou na ocupação por alunos de 178 escolas em todo o Estado, sendo 11 em Campinas. O total de ocupações em São Paulo representou 4,7% das escolas estaduais. “Apesar do número de ocupações não ter sido expressivo, não podemos deixar passar este fato importante e a oportunidade de discutir a relevância da participação dos alunos em questões escolares, além de assuntos como ética e cidadania”, concluiu Nivaldo Vicente.
Novidades
Este ano, a rede estadual de ensino de Campinas ganha uma nova escola na região Sudoeste da cidade. A Escola Estadual Jardim Ouro Preto tem previsão de iniciar suas atividades em abril e terá capacidade para atender cerca de 850 alunos do ensino fundamental, segundo o dirigente da Diretoria de Ensino Campinas Oeste, Antonio Admir Schiavo, que faz uma previsão positiva sobre ao ano letivo que se inicia. “Após uma greve prolongada dos professores e as ocupações das escolas no ano passado, esperamos que este ano seja mais tranquilo”, afirmou.
Outra novidade para 2016 é a plataforma online Foco Aprendizagem, que foi apresentada aos representantes das diretorias de ensino do estado na primeira quinzena de fevereiro. Por meio da nova ferramenta serão disponibilizados dados das últimas edições do Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) e Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de cada unidade de ensino, e por meio de gráficos e tabelas apontará as habilidades por série e disciplina. Dessa forma, os professores terão a plataforma como base para o planejamento das aulas ao longo do ano letivo.
“Por meio da nova plataforma, as escolas poderão fazer um mapeamento de cada um dos anos e analisar quais são os pontos que devem ser mais trabalhados”, explicou Nivaldo Vicente.
Além do Saresp e do Saeb, as escolas estaduais ainda realizam a Avaliação de Aprendizagem em Processo. “As avaliações constantes e o trabalho organizado nas escolas levam a bons resultados”, disse o representante da Diretoria de Ensino Leste.