Quando as férias terminam, o replanejamento entra em pauta. Nesse contexto foram realizados, nos últimos dias do mês de julho, os encontros formativos incentivados pelo FEAC na Escola (FNE), com temas definidos pelos próprios docentes das escolas que fazem parte do programa.

A educação e perspectiva ética estiveram em destaque na formação realizada pela Mestre em psicopedagoga Flávia Vivaldi nas escolas EE Artur Segurado, EE Barão de Ataliba Nogueira, EE Anibal de Freitas e EE Laís Bertoni Pereira. Na EE Rui Rodrigues o tema conflitos na escola foi desenvolvido pela doutora em pedagogia Adriana Ramos. A Diversidade Sexual foi o assunto escolhido pela E.E. Francisco Ribeiro Sampaio e desenvolvido pela psicóloga e sexóloga Bárbara Dalcane Menezes. Já na EE Celestino de Campos o foco foi a produção de texto, comandado pela psicopedagogia, Renata Frauendorf.

Segundo Claudia Chebabi, supervisora do Departamento de Educação da FEAC e responsável pelo FEAC na Escola, investir nas formações dos docentes, especialmente nos espaços que são dedicados a este fim como as aulas de trabalhos pedagógicos coletivos, mais conhecidas como ATPCs e os momentos de planejamento está entre as estratégias que valorizam e reconhecem o trabalho do professor como essencial na aprendizagem do aluno. “Acreditamos que a escola deva estar equipada com recursos materiais que estejam disponíveis em qualidade e quantidade suficiente a todos os alunos, deve ter espaços para atividades diversificadas, mas nada disso seria suficiente se não fosse o trabalho do professor e o seu objetivo de ensinar”, pontuou a supervisora.

Encontros Formativos

Nas quatro escolas (EE Artur Segurado, EE Barão de Ataliba Nogueira, EE Anibal de Freitas e EE Laís Bertoni Pereira) Flávia Vivaldi discorreu sobre as mudanças que a família sofreu e vem sofrendo desde a década de 80 e os impactos dessa transformação no perfil de aluno que as escolas recebem hoje. Ela também destacou a importância do cuidado com a comunicação na sala de aula, para minimizar as situações de conflito, incivilidade, indisciplina. A psicopedagoga abordou ainda a aprendizagem colaborativa, como estratégia de trabalho em grupo nas quais os alunos são protagonistas do processo de aprendizagem.

“O meu papel é colocar o olhar teórico na prática da escola e nessa qualificação perceber o que a teoria nos traz que de fato legitima a prática da escola ou que pode ajudar a rever em alguns pontos”, ponderou Flavia. Foi com essa perspectiva que se ouviu dos professores e as equipes das escolas de como é que tem sido feito o trabalho na condução, principalmente, das convivências e das relações interpessoais. “A escola não tem mais só o compromisso com o conhecimento ela precisa atuar nas relações porque os alunos chegam cada vez mais, menos preparados para viver em sociedade”, completou.

Na EE Artur Segurado, todos os profissionais participaram do encontro por se entender que quando se fala de relação interpessoais, todas as pessoas que trabalham na escola estão envolvidas. A educadora Claudia Regina Toloto Bueno de Aguiar defendeu ainda a presença dos pais nesse processo, experiência vivida por Nádia Cristina Krahenbuhl que trabalha na secretaria da escola e é também mãe de aluno. “É o conjunto que faz a diferença, não adianta só o professor fazer a parte dele, é a interação da escola que fortalece o convívio”, pontuou.

Segundo Márcia Leopoldina Ferreira de Oliveira diretora da escola, todas as formas de comunicação dentro da escola irão interferir na vida do aluno. “Quando o aluno tem uma convivência ruim em casa ele tem que ter uma convivência saudável na escola para que comece sua formação e possa fazer suas escolhas”, exemplificou.

Os Conflitos na Escola foram estudados em uma formação geral na qual todos os professores da EE Ruy Rodriguez participaram. A ética no estabelecimento de ensino e a busca por um ambiente mais democrático foram destacados nesse encontro.

A psicóloga e sexóloga Bárbara Dalcanale Menêzes, que também atua no Centro de Referência LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) de Campinas, falou sobre a diversidade sexual na EE Francisco Ribeiro Sampaio. A proposta do encontro foi elucidar as diferenças entre os termos utilizados, desmitificar e discutir aspectos da diversidade sexual para escola lidar assertivamente neste aspecto.

Já o trabalho realizado na EE Celestino Campos foi com a formadora do Programa Ler e Escrever, Renata Frauendorf que atendeu à solicitação dos professores sobre a dificuldade na produção de texto. Formando grupos com diferentes profissionais da escola, desenvolveu uma dinâmica para que chegassem a compreensão da consigna, a organização do pensamento – lógica e coerência; a coesão e pontuação, pontos de vista e marcas de oralidade.

O intuito destas formações foi aproveitar esse período no qual todos os professores estão reunidos para fazer uma avaliação da proposta pedagógica, da gestão, dos indicadores das avaliações institucionais e outros elaborados pelas diretorias regionais e pelas escolas; dos registros relativos às práticas pedagógicas desenvolvidas pelas escolas, da gestão da sala de aula, do acompanhamento e observação da sala de aula, do projeto de intervenção, e do convívio social dentro da sala de aula.

Investimento em fconhecimento

Desde 2015, o FEAC na Escola investe em encontros de formação com profissionais da educação das escolas participantes das 1ª e 2ª edições do Projeto. Até agora, foram realizadas 11 formações que abrangem os Eixos de Ensino e Aprendizagem; Gestão de Pessoas e Processos; Relação com a Comunidade.

Estão previstas ainda outras sete formações dentro dos eixos já citados até o fim de 2016. Segundo Cláudia Chebabi, a intenção do FEAC na Escola é que ainda sejam promovidas outras formações dentro das escolas que atinjam professores, alunos e outros membros da comunidade escolar.