Por Laura Gonçalves Sucena

O dia todo as pessoas estão conectadas em celulares, tablets e computadores e o jovem surge como grande protagonista neste ambiente de interação. Pensando nisso, a Rede Articula Juventude (REAJU) – projeto do Programa Juventudes da Fundação FEAC – promoveu o curso “Tecnologia, Comunicação e Linguagem de Juventude – Como fazer para viralizar nas redes”, afinal a era é da conexão e ninguém quer ficar de fora.

Com o objetivo de discutir a comunicação que o jovem vem recebendo via internet e redes sociais e como ele está absorvendo esse conteúdo, a REAJU pensou na formação direcionada a profissionais que lidam diariamente com o público jovem. Na pauta, o que a juventude faz na internet e como é realizada a comunicação em rede.

“Atualmente, o volume de informações que acessamos é muito grande e é importante que as pessoas que trabalham diretamente com os jovens saibam traduzir esse conteúdo. A linguagem que está sendo publicada e fomentada é diversa e é disseminada rapidamente, por isso é preciso que os educadores se apropriem do que está acontecendo”, falou Lucilene Gomes, coordenadora da Comissão de Comunicação da REAJU.

Durante a formação, ministrada pelos especialistas em midialogia, Camila Santana e Tobias Rezende, foi abordado como a Internet influencia a vida do jovem e as dificuldades e facilidades que ela traz ao dia a dia. Com o surgimento da internet e, posteriormente, das redes sociais, houve uma mudança na comunicação, tornando-a mais rápida e eficiente.

Os especialistas também falaram sobre a comunicação e a utilização das redes sociais. “Com maior fluxo de informação, é preciso ficar atento ao que se quer comunicar e como fazê-lo. A relação entre produção e recepção de informação mudou com a internet, por isso é necessário filtrar o que recebemos. Outro problema é com relação à superexposição de dados pessoais na internet, que causa problema com a segurança da informação”, expuseram.

Conquistando cada vez mais o público jovem, as redes também mudaram a comunicação de empresas que se renderam ao atrativo mundo on-line. “Produtos são feitos com base nessa tendência de relacionamento, aproveitando um público produtor e consumidor de informação e conteúdo”, disse Tobias.

Ainda segundo os especialistas, os adolescentes passam cada vez mais tempo conectados. O maior interesse é com a comunicação em redes sociais, seguido por atividades de lazer, como jogos, vídeos e música, busca por informações, educação e aprendizagem e comércio eletrônico. “Há muita coisa boa na internet, mas demanda pesquisa e muitas vezes as pessoas não têm paciência para isso. Especialmente se falarmos de assuntos relacionados à educação”, acrescentou Camila.

 

Juventude conectada nas redes

No ambiente digital, o jovem tem uma relação intensa com as redes sociais e, para isso, é necessário ter conexão. Para a grande maioria, é impossível ficar sem facebook, whatsapp, snapchat, skype, instagram.

“O problema é que muitas pessoas não estão conectadas, não podem pagar um pacote de dados e dependem do wiffi, que nem sempre está disponível. Os jovens sentem falta do acesso à internet. Estamos aqui discutindo também essa problematização enquanto política pública. Não há internet gratuita em escolas, praças e outros locais públicos. Quando há, não é fácil a conexão. O jovem precisa dessa tecnologia”, afirmou Lucilene.

Bianca Lopes, gestora da Casa de Cultura Fazenda Roseira, acredita que o acesso à internet ainda é muito restrito. “Temos dificuldade em acessar a internet e alguns aplicativos consomem rapidamente o pacote de dados. Eu, como jovem, acredito que devido a isso acabamos passando muito tempo apenas nas redes sociais. Precisamos mudar essa realidade”, frisou.

Para Camila, o jovem pode descobrir muitas coisas na internet e ainda ganhar as ruas por meio das redes sociais. “Mas como usufruir desse potencial de comunicação sem perder o controle? As redes são instrumentos de mobilização e engajamento dos jovens e nossa intenção é dar também instrumentos aos educadores para que eles possam trabalhar em conjunto com os adolescentes. Articular as informações possibilita que os jovens se engajem com os conteúdos e participem da construção de conhecimento”, falou.

A coordenadora do Grupo Primavera, Lilian Gibrin, acredita que a escola poderia ser o diferencial na educação e preparação do jovem no mundo digital. “O sistema educacional poderia contemplar a tecnologia e dar ao educador e ao aluno acesso à internet para a utilização ao estudo. Os educadores precisam se preparar para essa comunicação em rede que está acontecendo”, pontuou.

Lincoln Moreira, líder do Programa Juventudes, acredita na importância de entender a comunicação via mídia sociais. “Acredito que muitas vezes não exploramos o potencial que existe nessas redes. Vejo a necessidade de aproximar conteúdos, linguagens e velocidade com público jovem, espaço fértil para articulação, mobilização e possibilidades de causar impacto na vida dos jovens.  Cursos como esse propiciado pela REAJU são importantes para abrir novas possibilidades”, concluiu.

Programa Juventudes

O Programa Juventudes é uma iniciativa da Fundação FEAC que investe na criação de espaços de participação e aprendizado social, autogeridos por jovens, com o intuito de incentivar o protagonismo juvenil propositivo e engajado com o desenvolvimento social.

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