3ª edição do projeto promoveu o contato entre instituições sociais e segundo setor

(Por Ingrid Vogl)

Um encontro e muitas possibilidades de contatos e oportunidades de parcerias. Foi isso que a 3ª edição da Rodada Social promoveu na tarde do dia 13 de novembro ao reunir 15 empresas e nove Organizações da Sociedade Civil (OSC). A iniciativa é realizada pela Fundação FEAC em parceria com a Amcham Campinas (Câmara Americana de Comércio) e Facamp, e promove a aproximação de OSC junto a empresas socialmente responsáveis para a apresentação de projetos a serem desenvolvidos pelas instituições.

O momento em que as empresas e as Organizações se encontram e se conhecem é quando se dá o ápice de todo um processo iniciado no começo do ano: a apresentação dos projetos executivos das instituições sociais para os potenciais parceiros investidores.

O início da jornada de 2018 foi quando 27 OSC inscreveram suas ideias para o desenvolvimento de ações sociais a partir do edital lançado pela FEAC. A partir daí foram selecionadas 10 propostas de acordo com diversos critérios, como impacto da ideia nos serviços prestados e resolutividade da iniciativa.

Após a seleção das propostas para a Rodada Social, o próximo passo foi a promoção de uma oficina para desenvolvimento dos projetos, quando houve a orientação para que os representantes das OSC transformassem as ideais selecionadas em iniciativas bem estruturadas, objetivas, claras e convincentes. Após a oficina, houve uma palestra sobre networking para reforçar a importância de manter os contatos com as empresas mesmo após a apresentação dos projetos.

E é justamente a manutenção desse contato entre empresas e OSC que a Rodada Social pretende incentivar, para que sejam criadas parcerias e a partir daí diversas possibilidades de investimento social privado.

Para Marcela Doni, assessora técnica responsável pelo projeto, em sua terceira edição, a Rodada Social já se consolida como uma iniciativa bem-sucedida que tem como um de seus principais ganhos a transformação de necessidades da OSC em projetos que sejam interessantes para que empresas socialmente responsáveis invistam e apoiem, e que tenham sustentabilidade a longo prazo.

“Nosso intuito é que todo o conhecimento compartilhado e as orientações que aconteceram ao longo do processo da Rodada Social sejam levados para dentro da Organização e utilizados no dia a dia para a criação de novas parcerias e captação de recursos.  Outro objetivo da Rodada é que as empresas apoiem e invistam nos projetos, mas isso não necessariamente acontece no momento em que as partes se conhecem. É preciso manter e desenvolver um relacionamento que pode resultar em várias formas em que a empresa pode contribuir“, explicou Marcela.

Aprendizado

Com duas longas mesas disponibilizadas paralelamente, em que os representantes das nove OSC presentes se posicionaram de um lado, e os membros das empresas se revezavam do outro, a Rodada Social aconteceu com dinamismo e a descoberta de muitas possibilidades que envolvem o investimento social privado.

“Esta edição da iniciativa foi mais direcionada e tivemos mais tempo para apresentar os projetos e o trabalho desenvolvido na instituição, conhecer as empresas e alinhar expectativas. E as conversas renderam, porque surgiram possibilidades de parcerias como a disponibilização de voluntários da empresa para ações da OSC. É a partir desse primeiro encontro que daremos continuidade a esse relacionamento”, avaliou Eulanda de Melo Bruno, diretora do Centro de Educação Especial Síndrome de Down (CEESD).

Para Eulanda, a Rodada Social oportuniza às instituições a possibilidade de serem conhecidas no meio empresarial. “Neste momento de troca, podemos ser vistos e falar daquilo que fazemos e, assim, construir o network. É bacana que na Rodada cada instituição busca seu objetivo, mostrando sua expertise”, disse. 

Flaviana Martineli e Angelica Partarolli, terapeutas ocupacionais que apresentaram o projeto da Casa das Oficinas, que faz parte do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, estavam orgulhosas de seu projeto executivo, que foi diagramado – como todos os demais participantes da Rodada – pelos estudantes da Agência Junior do curso de Propaganda e Marketing da Facamp. Durante o evento, elas ainda se acostumavam com a linguagem usada nos contatos feitos com as empresas.

“Essa experiência de participar da Rodada Social é nova para a gente. Tivemos a oportunidade de aprender, se relacionar e se comunicar de uma maneira mais profissional, com foco na captação de recursos e assim formar nossa network. E tomamos gosto por esse aprendizado, porque abrimos novas possibilidade para o desenvolvimento do trabalho social. Vamos aproveitar a apresentação do projeto executivo e esse exercício para ir em busca de outros parceiros. Me sinto agora habilitada para buscar, bater na porta e conversar de maneira mais apropriada com possíveis apoiadores”, concluiu Flaviana.

Maria Aparecida Vilela, coordenadora de projetos da Associação São João Vianney, estava empoderada em seu papel de apresentar o projeto executivo e o trabalho desenvolvido pela instituição. “Participar da Rodada é um ganho para as instituições sociais. Eu nunca tinha ouvido falar de pitch (expressão que significa vender uma ideia para um possível investidor), e foi um desafio passar por todo o percurso para aprimorar nosso projeto e a preparação para a apresentação às empresas. Mas o encontro foi muito rico: fiz contatos significativos que provavelmente rendam novas parcerias e estou saindo daqui iluminada, feliz e agradecida de verdade”, disse.  

Oportunidades

Se por um lado os representantes das OSC ficaram satisfeitos com os novos contatos feitos durante a Rodada Social, por outro, as empresas tiveram gratas surpresas ao conhecerem Organizações da Sociedade Civil e seus trabalhos sociais.

Mariane Fernandes Martino, coordenadora de responsabilidade social do Grupo Sage, ficou satisfeita com a variedade de projetos. “É isso que as empresas procuram quando vem em um evento desses. Temos desde projetos relacionados à capacitação de jovens até inclusão de pessoas com deficiência e vulnerabilidade social. Encontrei um projeto que faz muito sentido para minha empresa. Para outas instituições, vamos tentar ajudar de alguma maneira, como a doação de equipamentos e capacitação profissional. Gostei da experiência de estar aqui, porque tive a dimensão do que acontece no setor social e que nos trazem muitas possibilidades de fazer nossa parte”, afirmou.

Mesmo sendo uma empresa instalada em Vinhedo/SP, a Avery Dennison enviou as representantes Thaís Sacchi Mazolli e Bruna Salgueiro para participarem da Rodada Social. Elas saíram do encontro cheias de ideias a serem compartilhadas com sua equipe. “Estar em busca de novas oportunidades de parcerias sociais e informações é essencial. Aqui pudemos ter ideia do trabalho social feito. Já temos algumas ideias de ações pontuais que podemos desenvolver com algumas das OSC e queremos participar do MOTIVA (projeto da FEAC que orienta pessoas interessadas em desenvolver trabalho voluntário) para a capacitação de nossos colaboradores”, planejou.

Para Leticia Martins Liberalli, sênior da equipe de produtos e serviços da Amcham Campinas, a Rodada Social está cada vez mais dinâmica e eficaz. “Nesta terceira edição o retorno das empresas interessadas em participar do evento foi rápido. A gente percebe que a iniciativa se fortalece em Campinas e os projetos estão cada vez mais alinhados com as expectativas de investimento das empresas, que buscam principalmente ações focadas em educação e capacitação. Isso é importante porque a cada edição conseguimos estreitar e facilitar o contato entre OSC e empresas”, concluiu.

A Rodada Social é um projeto que compõe o Programa Cidadania Ativa, uma iniciativa da Fundação FEAC que investe em mobilização e engajamento de todos, com objetivo de energizar a sociedade para agir na superação dos seus desafios e promover o bem-estar social.

Mais informações: https://www.feac.org.br/rodadasocial/