(Por Laura Gonçalves Sucena)
Expectativa e alegria marcaram a 4ª e última edição do CinemAQUI de 2019 realizada no Centro Cultura Unicamp-CIS Guanabara na noite de 4 de dezembro. Mais de 150 pessoas participaram da ação da Fundação FEAC que tem como objetivo fomentar o acesso à cultura e arte e promover a convivência e o fortalecimento dos vínculos identitários e comunitários com a produção de curtas-metragens e acesso ao cinema.
Na última noite de exibição, houve a apresentação dos curtas-metragens produzidos ao longo deste ano por meio de oficinas de audiovisual do projeto. Participaram das atividades, crianças e adolescentes das Organizações da Sociedade Civil (OSC) Semente Esperança, Anhumas Quero-Quero, e Associação Evangélica Assistencial (AEA).
Para Sílnia Prado, líder do programa Fortalecimento de Vínculos da FEAC, as oficinas de curta metragens produzidas ao longo do ano deram oportunidade para os participantes terem um novo olhar sobre o espaço onde vivem e permitiram também que desenvolvessem um projeto de forma coletiva. “Ao compartilharem a produção com a população, em um momento descontraído de cinema em um espaço público local, ampliam os vínculos identitários e comunitários. Foram 3 edições com exibições nos territórios onde foram produzidos. Nesta noite, promovemos um mini festival de curtas e todos puderam compartilhar suas experiências”, contou.
Na produção
Nas oficinas, com duração de cinco encontro de 3 horas, ministrada por profissionais de audiovisual, os participantes puderam conhecer algumas técnicas de filmagem, de edição, de entrevista e ainda conhecer um pouco da parte teórica sobre a história do cinema. Eles também aproveitaram para filmar situações que ocorrem em seus bairros e criar experiências com moradores e comércios locais, onde as cenas foram gravadas.
Os youtubers João Marcos Jesus do Carmo e Carlos Eduardo dos Santos não perderam a oportunidade de participar da oficina na Semente Esperança e abraçaram as câmeras. “A primeira exibição foi muito legal, mas agora, ver que o filme que produzimos está ultrapassando as barreiras do nosso território é demais. Estou muito feliz e curtindo isso demais”, falou João Marcos. “Tenho certeza que vamos usar os conhecimentos do curso na nossa vida e toda essa experiência adquirida só soma pras nossas vidas”, completou Carlos.
Até mesmo a mãe do jovem foi prestigiá-lo. “Estou muito orgulhosa, ver o filme que meu filho fez ser exibido aqui no CIS Guanabara é muito orgulho! Ele sempre gostou desse universo do cinema. Todo esse programa de hoje está sensacional porque além de prestigiar o documentário, ainda tem o filme e toda essa atmosfera de alegria”, comentou Andrea Aparecida de Jesus.
Na Anhumas Quero-quero a produção do documentário também agitou a galera. “Estou muito feliz. Ter participado da oficina foi legal, todo mundo trabalhou em conjunto e colaborou. Não acreditava que eu poderia fazer um filme e ter realizado isso foi demais”, falou Juliana Silva. “Aprendi muita coisa e ver o filme sendo exibido em vários lugares dá muito orgulho”, completou Andressa Augusto.
A exibição no CIS Guanabara também foi comemorada. “É muito mais do que cultura. Sair do nosso território com as crianças e adolescentes é se apropriar dos espaços de Campinas e isso é cidadania, participação popular. Trouxemos as famílias, e isso foi demais porque estamos com 74 pessoas aqui”, contou Cristina Sousa, coordenadora da AEA, unidade Jardim Santa Rosa.
Dona Juliana Ribeiro Correia, que mora no Jardim Santa Rosa (região do Campo Grande), foi ao CIS Guanabara com os dois filhos. “Foi tão legal assistir ao filme no nosso bairro que quando soube que seria exibido aqui e que a gente podia ver novamente já quis vir. Está sendo demais conhecer esse espaço, sair do nosso bairro e ainda assistir ao filme. Estou adorando”, comentou a dona de casa.
Para Marcelo Rocco, diretor do CIS Guanabara, receber o projeto CinemAQUI é mais do que oferecer um espaço de cultura, é um processo de socialização. “É mais do que assistir a um filme, é compartilhar a arte do cinema. A interação entre essas crianças promove a cidadania. Essa parceria com a FEAC só tende a crescer”, falou.
No escurinho do cinema
E após o minfestival de curtas, o pessoal curtiu o longa “Fala sério, mãe!”, que conta a vida de Ângela Cristina (Ingrid Guimarães), mãe da adolescente Maria de Lourdes (Larissa Manoela), que tem a experiência de guiar sua filha durante uma das fases mais complicadas da vida. Vivendo numa montanha-russa de emoções, com medos, frustrações e um caminhão de queixas para descarregar, a adolescente e sua mãe passam por várias experiências e se ajudam com muita intensidade e bom-humor.
Cedido para exibição pela Globo Filmes, com a parceria da EPTV Campinas, o filme arrancou gargalhadas da plateia e fez a diversão de crianças e adultos. “Esse filme é muito engraçado, a gente acaba que até se vê em algumas situações. Me diverti muito mesmo”, falou auxiliar de vendas, Raquel da Costa.
Fortalecimento de Vínculos
O CinemAQUI integra o Programa Fortalecimento de Vínculos, iniciativa da Fundação FEAC que investe na qualificação de ações integradas de cultura, esportes e cidadania com o objetivo de prevenir o agravamento da vulnerabilidade social e reforçar os vínculos familiares e sociais protetivos.
Saiba mais: https://www.feac.org.br/fortalecimentodevinculos/