(Por Laura Gonçalves Sucena)
Propor novas abordagens e soluções foi o ponto central da Oficina “Ideação” realizada no último 21 de janeiro, com as Organizações da Sociedade Civil (OSC) que compõe o programa Enfrentamento a Violências, da Fundação FEAC. Entre as estratégias do programa, que em 2020 contará com dez novos projetos executados pelas OSC parcerias, estão a mitigação dos impactos das violências e o enfrentamento para romper os ciclos que as perpetuam.
Conduzida pelo superintendente socioeducativo da Fundação FEAC, Leandro Pinheiro, e pela líder do programa Enfrentamento a Violências, Natália Valente, a oficina focou no planejamento de projetos que atinjam resultados, ou seja, que tragam mudanças e transformações sociais. Participaram do encontro representantes das OSC CRAMI, CEI, COMEC, Centro Comunitário do Jardim Santa Lúcia, CPTI e Progen.
Os participantes puderam se reunir e trocar ideias, falar sobre a importância do projeto, os resultados esperados, a viabilidade e relevância. Em seguida, as OSC apresentaram e refinaram as ideias.
Segundo a líder do programa Enfrentamento a Violências, Natália Valente,o objetivo de se ampliar os projetos é possibilitar investimentos assertivos e a criação de uma rede com idéias inovadoras para de fato causar o impacto e transformação social esperados.
Ideação
As diversas ideias apresentadas contemplaram projetos com profissionais, pessoas atendidas pelos serviços, rede de atendimento, além de oficinas e estratégias contra a evasão dos serviços. Todas as propostas foram direcionadas à construção de estratégias para diminuir os impactos das violências, buscando mecanismos de monitoramento, avaliação e criação de uma rede protetiva eficiente.
Para os representantes do Crami, José Milani e Angélica Souza, a oficina foi muito produtiva. “Muitas ideias que surgiram ao longo do dia poderão ser aproveitadas. Acabamos ampliando nossos horizontes na perspectiva de uma melhor atuação”, analisaram.
“A oficina é um momento de aprender. Chegamos com uma ideia construída, mas vamos conhecendo outros projetos e ouvindo outras propostas e acabamos desconstruindo a ideia principal. Saímos daqui com a tarefa de repensar e redesenhar nosso projeto. Temos que ter um olhar específico para alguns territórios de alta vulnerabilidade sociail e bons projetos são essenciais”, comentou Viviane Reis, gerente socioeducativa do CPTI.
O Centro Comunitário do Jardim Santa Lúcia pensa em investir e incentivar novas abordagens no território e trabalhar com grupos. O CEI Também caminha para um projeto que lide com a situação de violência construindo novas estratégias de relacionamento comunitário. A intenção é mapear situações de violência e contar com uma equipe que atue no território.
“Precisamos pensar em recortes e estruturas, identificando as necessidades e quais as estratégias frente às demandas. A oficina foi uma grande oportunidade para pensarmos em soluções inovadoras e construirmos alternativas efetivas para os problemas do dia a dia. Saímos daqui hoje com a missão de organizar e sistematizar um projeto viável e com efetividade”, falou o presidente do CEI, Leonardo Bastos.
Para o Progen, a proposta foi a criação de um projeto que conte com profissionais capacitados para o atendimento a casos de violência na proteção básica. “Agora, nossa perspectiva é de conversar com nossos profissionais, especialmente da unidade do Jardim Bassoli e Satélite Íris e terminar de desenhar o projeto. Queremos trabalhar com grupos, acolher as demandas com temas norteadores e utilizar a ferramenta de gestão de conflitos e comunicação não violenta, além de contar com a rede do território”, contou Cláudio Raizzaro, coordenador técnico da instituição.
“Temos dados e números de usuários que passam por violências e sabemos que são muitos casos com demandas urgentes e gravíssimas de situações de violação de direitos e de violências que não são encaminhados aos serviços. A demora do encaminhamento ao serviço da média complexidade causa angústia aos usuários e também para nossa equipe, então estamos propondo o atendimento na proteção básica”, explicou Cláudio.
Sobre o Enfrentamento a Violências
O programa é uma iniciativa da Fundação FEAC que investe na mitigação dos impactos das violências e no enfrentamento para romper os ciclos que as perpetuam com objetivo de promover o bem-estar e a cultura de respeito, empatia, tolerância e paz.
Mais informações: https://www.feac.org.br/enfrentamentoaviolencias/