(Por Claudia Corbett)
Quando a criança e seus familiares compartilham de uma apresentação musical ou leem um livro de história, este momento é valorizado pela convivência e cumplicidade. A leitura é uma oportunidade de conversar com a criança sobre diversos temas utilizando um vocabulário diferente do que é usado por ela no dia a dia. Já a música envolve as crianças pela melodia e leva ao movimento através de manifestações culturais que constituem enriquecedoras formas de experimentação do mundo. Vai para além do aspecto motivador, resgata a cultura e ajuda na construção de conhecimentos significativos, contribuindo para o desenvolvimento pleno da criança. “Cante com uma criança e, certamente, os laços afetivos serão fortalecidos”, enalteceu Adriana Silva, assessora técnica do programa Primeira Infância em Foco (PIF) do Departamento de Educação da Fundação FEAC.
A interação entre a família rege as emoções para explorar o mundo com confiança e a aprender a se comunicar. A intenção ao incluir uma atração infantil, como o grupo Tiquequê na programação de domingo da 8ª Semana da Educação de Campinas, teve como propósito celebrar a infância para enaltecer uma das fases mais importantes do desenvolvimento humano. “O desenvolvimento é fortalecido pelo bom relacionamento entre o adulto e a criança, e o vínculo é um elemento fundamental neste processo”, destacou Thais Righetto, supervisora do Departamento de Educação da Fundação FEAC. E a atração musical reuniu cerca de 800 pessoas na Concha Acústica do Parque Portugal – Lagoa do Taquaral.
Entre o público, Enzo, de 3 anos. Faz seis meses que descobriu o Tiquequê. “O grupo musical diverte porque traz uma mistura de linguagens expressivas, música, teatro, brincadeiras, percussão corporal e outras atitudes. Ele assiste o vídeo todos os dias fazendo as coreografias e cantando as músicas”, disse a mãe, Tatiana Regina Velasque. Ela conta ainda que ele monta o palco e faz as percussões nos próprios brinquedos e chama os pais para cantar com ele. “O grupo é muito educativo, soma para o desenvolvimento infantil do meu filho. As crianças estão precisando desta pureza”, enaltece.
O trio de cantores tem um grande carisma. Lucas de 4 anos e a irmã Mariana de 6 cantaram todas as músicas, devidamente fantasiados, como se fizessem parte do elenco. “Ele gosta tanto que até escolheu o Tiquequê como tema da última festa de aniversário”, contou a mãe Jerusa Fontana.
Nesta mesma ocasião, a manhã ensolarada de 1º de outubro, as crianças tiveram a oportunidade de usufruir de uma tenda literária, especialmente preparada para elas pelo projeto Leia Comigo! da Fundação Educar DPaschoal. “A leitura e a dramatização de histórias, assim como a música, tanto auxiliam na aquisição da linguagem verbal como na inserção à cultura”, contextualizou Adriana Silva.
Beatriz e Ana Clara foram atraídas pelos livros, que convidativamente estavam pendurados em um local aconchegante com tapete colorido e almofadas coloridas. As meninas foram levadas ao evento pela mãe que é pedagoga e já havia participado da oficina de brinquedoteca, também parte da programação da 8ª Semana da Educacão de Campinas. “Achei interessante quando vi na programação um dia que envolvia também as crianças”, elogiou Naira Martins Firmino Alves.
Carla Juliana Ferreira dos Santos destacou a ação como um momento muito especial. “Adoramos este momento para cantar e dançar com as nossas filhas e depois ainda participar de contações de histórias. Foi muito divertido para todos e muito importante para o desenvolvimento das minhas meninas”, valorizou.
Nina, 6 anos, pulou da cama e foi para a janela ver se estava sol. A mãe tinha contado para ela do evento na Concha Acústica e a garota não queria perder por nada. “Atividades como esta são essenciais para a formação cultural das crianças e vão além, pois agregam a família aos interesses dos pequenos e pequenas. Estas propostas reforçam os laços porque fazem com que a criança perceba que a arte que é feita para ela também interessa a seus familiares e dá leveza e união aos prazeres culturais que são imprescindíveis para qualquer ser humano”, ressaltou Gabriela Coppola, professora de artes visuais e mãe da Nina.