(Por Ingrid Vogl)

Trabalhar a interdisciplinaridade por meio de temas geradores. É assim que a equipe de educadores sociais do Centro Comunitário da Criança do Parque Itajaí e Região (Cecompi), entidade parceira da Fundação FEAC, desenvolve as diversas atividades socioeducativas realizadas diariamente com as 150 crianças e adolescentes de 6 a 14 anos.

De segunda a sexta-feira, nos períodos matutino e vespertino, crianças e adolescentes do Parque Itajaí e região participam de atividades de artesanato, informática, leitura e esportivas, que todos os dias têm uma temática única.

Segundo Iolanda Lemos de Moura, coordenadora técnica do Cecompi, os profissionais responsáveis por cada uma das atividades com as crianças decidiram por interligar os assuntos desenvolvidos nas diferentes ações, com o objetivo de explorar melhor cada assunto e assim, otimizar e qualificar o tempo dos atendidos na instituição.

“Percebemos que eles já se apropriam mais dos conhecimentos trabalhados em cada atividade e assim, comentam sobre as diferentes possibilidades de exploração de determinada temática”, afirmou Iolanda.

Para Adriana Aparecida Nunes da Silva, assessora técnica do Departamento de Educação da FEAC, trabalhar com a interdisciplinaridade nos temas geradores possibilita explorá-los em diferentes eixos de trabalho. Um único tema pode ser trabalhado em várias áreas de conhecimento, como a artística, informática e leitura. “Isso contribui para que o aluno tenha mais possibilidades de exploração do tema e acarreta o aprofundamento do conhecimento. A criança passa a ter a possibilidade de diversas vivências, e descobertas, explorando vários espaços”, explicou.

Entender o tema ajuda na assimilação e apropriação do conhecimento e aperfeiçoa as habilidades das crianças e adolescentes e são vantagens quando se trabalha a interdisciplinaridade. “Isso acaba ajudando o aluno a se interessar mais por áreas que a princípio, ele pode não ter atração. A criança passa a ter várias possibilidades de desenvolver suas habilidades. Mesmo não gostando muito da leitura, por exemplo, ela tem mais facilidade porque tem o entendimento daquele determinado tema” exemplificou.

Estímulo

Quando questionado sobre o que mais gosta de fazer na entidade, Everton Rendryck Pereira da Silva, 10 anos, exprime um sorriso e se apressa em responder. “Eu gosto de ler, e aprendi isso nas rodas de leitura que fazemos aqui. Tenho certeza que em algum momento de minha vida, gostar de livros vai me ajudar”, disse o menino que sonha em ser um jogador de futebol letrado.

Na sala de informática, as turmas de crianças e adolescentes se revezam com um objetivo principal: aprender e desenvolver pesquisas. Victor Hugo Gama dos Santos, 12 anos, lembrou da última pesquisa que fez, sobre cantigas populares, e fala com gosto das atividades que frequenta na entidade. “A partir do tema do dia, a gente vai para o computador para pesquisar sobre ele. É muito legal conhecer mais a fundo sobre várias coisas. E quando acabamos a pesquisa, podemos jogar. Quando eu chegar na faculdade, já saberei sobre vários assuntos”, apostou o menino.

Para manter a assiduidade das crianças e adolescentes nas atividades do Cecompi, Ilza C. Barbosa, presidente da entidade, faz questão de monitorar a presença dos atendidos, e quando percebe que há faltas, ela entra em contato com as famílias para saber qual o motivo da ausência e estabelece um diálogo para que voltem às atividades. “Não solto as crianças e sempre entro em contato quando começam a faltar. Isso dá resultados imediatos e também no futuro delas, porque vários atendidos retornam depois de anos formados em faculdades e com as vidas encaminhadas. E este é o melhor resultado que podemos ter”, disse com orgulho.

Saiba mais sobre o Cecompi: cecompi.wordpress.com