Com a chegada do inverno, iniciativas solidárias para ajudar aqueles que sofrem com os efeitos do frio têm aumentado cada vez mais na cidade de Porto Alegre. Nessas horas, a generosidade faz a diferença.

A doação de roupas, a distribuição de alimentos e a oferta de um banho quente têm ajudado a aquecer muitos moradores de rua e tornar as noites geladas na capital gaúcha menos difíceis. Algumas ações são mais frequentes e se repetem semanalmente. Outras ocorrem de forma mais esporádica e de forma independente.

As redes sociais são aliadas no processo e incentivam a colaboração de mais voluntários, que contribuem para espalhar e multiplicar a mensagem de solidariedade. Pela internet, são discutidas e planejadas novas iniciativas, formando uma corrente do bem. Mas lidar com pessoas em situação de rua não é tão simples: exige comprometimento e respeito.

“É importante tentar conhecer a pessoa, saber o nome, perguntar se a pessoa quer. Se ela não quer, não se deve forçar. Quando são crianças, sempre buscar as entidades, as instituições que são responsáveis e avisar que estão sozinhas. Sempre dentro do possível, não ser evasivo, saber um pouco da história da pessoa”, indica a coordenadora do curso de Serviço Social da Unisinos, Maria Aparecida Marques da Rocha.

Mesmo com a ajuda de voluntários, a especialista lembra que o estado precisa assumir sua responsabilidade sobre essa questão. “O inverno mobiliza as pessoas, o que é bom. Mas o ideal é que todos possam ter os direitos assegurados”, sintetiza.

Amigas criam projeto para espalhar agasalhos em cabides pelas ruas 
Em 2014, uma conversa durante um almoço de um trio de amigas de Porto Alegre deu origem a uma ação que alcançou outras cidades do país. A ideia delas era pendurar roupas e cobertores em cabides e fixá-los em portões, grades, postes e até em paradas de ônibus de ruas da capital gaúcha, para quem quisesse pegar. Batizada de “Amor no Cabide”, a proposta se mantém ativa, dois anos depois (confira em lista, abaixo, os pontos fixos).

“Nos cabides as pessoas penduram as doações que quiserem e fixam em algum lugar na cidade”, explica ao G1 Helena Legunes, 24 anos, uma das mentoras da iniciativa ao lado das amigas Laura de Brum, 26, e Luana Flôres, 31.

Para identificar o projeto, elas imprimiram cartazes e recortaram corações de papel, colocados junto aos cabides. No site, é possível fazer uma cópia.

“Somos as organizadoras do projeto, mas ele já é independente. A gente só pede que as pessoas nos mandem fotos e nos digam qual é o endereço do ponto criado, para divulgar. A intenção é manter o local sempre com novas doações”, acrescenta a voluntária, que atribui às redes sociais o sucesso da iniciativa.

“Desde o primeiro ano a gente teve bastante apoio. Começou com cinco pontos iniciais que acabaram se multiplicando. Hoje já tem novos espalhados não só em Porto Alegre, mas em cidades que têm feito muito frio como Rio e São Paulo. Parece que o pessoal acordou mesmo”, analisa.

Fonte: G1