(Por Claudia Corbett)

 

Um peão feito com página de revista, cola e espeto de churrasco. Uma combinação de materiais que, além de despertar a criatividade, promove a integração das crianças com seus familiares. Atividades como estas acontecem, aos sábados, a cada dois meses, na unidade II – Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, da Associação de Assistência Social São João Vianney, parceira da Fundação FEAC.

Esta iniciativa substituiu a reunião informativa da instituição. O novo formato foi adotado para aproximar as famílias, crianças e educadores da instituição em momentos de convivência e fortalecimento de vínculos. E deu certo.

A ação foi descoberta em uma formação realizada pela Fundação FEAC sobre inovações sociais. A ideia foi compartilhada do Instituto Humberto de Campos, uma das unidades do Centro Espírita Allan Kardec (CEAK), criador desta configuração de encontros voltados às famílias de seus atendidos.

Este novo modelo é preparado pelas crianças. A reunião agora se limita a poucos momentos com informativos que são seguidos de atividades como brincadeiras, jogos, pintura, karaokê, roda, etc., realizadas entre as crianças, familiares e educadores. “Conseguimos que, desta forma, a comunicação entre todos fluísse melhor”, destacou Cintia Fagiane de Oliveira, coordenadora pedagógica da Associação de Assistência Social São João Vianney.

São os pequenos que decidem o que irão fazer junto com seus familiares. Os menores de 06 a 10 anos escolhem as atividades e com os educadores montam o projeto. Já os mais velhos, de 08 a 14 anos, planejam, pesquisam e decidem o que querem fazer na reunião.

“Complementar o trabalho social com a família, como prevenção à ocorrência de situações de risco social e fortalecer a convivência familiar e comunitária, é um dos principais objetivos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos”, contextualizou Natália Valente, assessora social do Departamento de Assistência Social (DAS) da Fundação FEAC.

“Desde que adotamos este tipo de reunião, a participação das famílias na entidade tem sido mais efetiva. Eles passaram a conhecer de perto o nosso trabalho. Se aproximaram dos educadores, com isso a comunicação flui melhor”, complementou Cintia.

No período de preparação as crianças criam expectativas. Se sentem responsáveis pela atividade e sempre estão querendo melhorar. “Todos nós ganhamos com isso. Há uma crescente participação das famílias e interesse nos assuntos que envolvem seus filhos na entidade”, confirmou a coordenadora.

Para Vitor Diego Ramos, pai dos gêmeos Gabriela e Caio, de 7 anos, esse modelo fez com que todos se sentissem pertencentes. “Meus filhos me mostram em suas atitudes os valores que aprendem na entidade. Nestes momentos de reunião podemos também participar de algumas das atividades que eles fazem com seus educadores como grafite, artesanato com sucata e educação ambiental. Além disso, há o resgate de brincadeiras infantis que remetem a minha infância”, admitiu.

Segundo a coordenadora pedagógica, é gratificante quando as crianças relatam os retornos da família. “Eles chegam entusiasmados dizendo que os pais gostaram de estar com eles na entidade. Isso é importante para nós e para eles”, comemorou.

“Estas reuniões são uma forma de interagirmos com os nossos filhos. Trabalhamos muito e quase não temos tempo de estar com eles”, constatou a mãe do Nicholas, Cássia Davanço. “Estes encontros também nos dão a oportunidade de enxergamos o quanto é importante participarmos da vida das nossas crianças. Conhecermos o trabalho da entidade e nos envolvermos mais.  E ainda nos permite estarmos mais presentes no desenvolvimento dos nossos filhos”, concluiu.

“A ação desenvolvida por esta entidade ilustra como atividades simples podem contribuir para o alcance de um objetivo maior.  Estas vivências garantem o fortalecimento de vínculos das famílias e das comunidades, proporcionando a participação ativa de seus usuários em todo percurso, estimulando o protagonismo nas tomadas de decisões e nas trocas de experiências”, finalizou a assessora social da FEAC.

 

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