O terceiro setor no Brasil vem crescendo e se profissionalizando. Dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea, 2021) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que existem hoje 820 mil organizações da sociedade civil (OSC) formalizadas no país, um aumento de 30% em relação a 2013. No município de Campinas são 4.561 organizações cadastradas, de acordo com o Mapa das OSC, do Ipea.

A profissionalização da gestão desse segmento vem se tornando uma necessidade fundamental das organizações, para viabilizar a captação de recursos e a execução dos projetos e programas. É disso que trata o projeto Impacto Exponencial, nova iniciativa da Fundação FEAC, em parceria com a AGO Social, criada para ampliar o impacto positivo das ações no que realmente importa: a transformação de vidas e comunidades.

O projeto selecionará duas OSC pré-inscritas no edital para participarem da programação, que terá duração de 20 meses. O anúncio oficial das escolhidas será em 15 de março.

Elevar o impacto social exponencialmente

O projeto propõe às organizações que atuam no município de Campinas um modelo de gestão que aumente exponencialmente seus resultados. O diferencial dessa proposta é que ela envolve uma injeção de recursos na OSC, na forma de um capital semente que precisa germinar, florescer e dar frutos. Ou seja: o plano de ação prevê que a OSC alcance a sustentabilidade financeira e, com isso, possa ampliar os seus horizontes de atuação.

“Como a FEAC atua por meio dessas organizações, é muito importante que as OSC possuam boa gestão e governança, assessoramento técnico e se fortaleçam institucionalmente. A lógica é matemática: trabalhar para ter um impacto social positivo elevado exponencialmente”, explica Nathalia Garcia, coordenadora do Programa Cidadania e Impacto Social da Fundação FEAC.

O primeiro passo é um diagnóstico minucioso, capaz de indicar onde estão os pontos vulneráveis daquela organização e que devem ser trabalhados. A estrutura administrativa e operacional da OSC, sua equipe executiva e de suporte, tem reflexos nas chances de sucesso dos projetos e programas. Mas também é preciso um esforço para a capacitação das equipes de projetos.

Transformar propósito em ação e ajudar quem ajuda

“A AGO Social já possui uma expertise em empreendedorismo, tanto que o mote da AGO Social é transformar propósito em ação e ajudar quem ajuda. É uma escola para empreendedores sociais e para organizações”, sintetiza o administrador Carlos Eduardo Pinotti Jr., gestor de projetos da instituição parceira AGO Social.

Ele destaca que o projeto foca na geração de impacto positivo não só na organização, mas no território em que a OSC atua e em sua causa como um todo. Durante o período de 20 meses, as entidades terão suporte na construção de um projeto para aumentar o potencial de atuação e gerar sustentabilidade e crescimento financeiro. Esse processo será acompanhado por um gestor, semanalmente, para dar apoio na elaboração de um plano de investimento e atuação prática das instituições.

Uma das grandes dificuldades das organizações do terceiro setor é conseguir manter uma boa qualidade do trabalho com poucos recursos, dando conta de atender a toda a demanda reprimida na região de atuação. “O projeto vai atuar na principal dor de qualquer organização que é a sustentabilidade financeira. Uma organização que consegue aumentar o impacto social positivo gerado, imagine do que é capaz ao atuar em uma comunidade ou território? O que poderá transformar de vidas?”, pontua Pinotti Jr.

Por Natália Rangel