Eficientes e habilidosos, eles promoveram seminário sobre inclusão social
Desmistificar, combater preconceitos, exibir potencialidades, apresentar eficiência e habilidades. Foi o que fizeram 30 jovens com síndrome de Down durante três dias no primeiro Seminário sobre Inclusão Social, totalmente idealizado, organizado, divulgado e executado por eles.
Promovido na faculdade Universo, o evento começou na última segunda-feira e encerrou nesta quarta-feira (25). Nesse período, os jovens realizaram mesas de debates abordando temas como inserção no mercado de trabalho e a experiência das mães e dos pais ao descobrirem que teriam crianças down. Os 30 garotos integram o grupo Down+, que completa um ano em agosto e se reúne uma vez por mês.
O seminário foi gratuito e teve como público os alunos da Universo e a população em geral. Os jovens também receberam as pessoas, venderam produtos do Down+ e elaboraram apresentações culturais. O grupo surgiu a partir de um curso que os jovens participaram sobre informações turísticas, ano passado. Na confraternização do workshop, a psicóloga Laura Pedrosa perguntou às mães e pais se havia interesse em continuar exercitando os jovens por meio de orientação profissional. “Essas mães e pais se reuniram e criamos o grupo e trabalho para inserção no mercado profissional, entre outros temas”, relatou a psicóloga.
De acordo com Laura Pedrosa, o objetivo é estimular o associativismo no grupo e com seus familiares. “Na próxima reunião, por exemplo, a gente vai abordar como eles dividirão o dinheiro arrecadado no seminário, porque todos colaboraram”, destacou. Ela comentou ainda que no início, cada mãe ou pai procurava espaço para o filho na sociedade. A partir do grupo, o objetivo foi obter oportunidade para todos, inclusive, os mais velhos. “Entre eles, tem uma pedagoga down com pós-graduação que deverá auxiliar os outros. Dessa forma eles permanecem se desenvolvendo”, observou Laura, completando “o principal objetivo é que o destaque seja do grupo, e não individual.”
Ainda de acordo com a psicóloga, a principal característica do Down+ é a heterogeneidade, uma vez que no grupo não há distinções socioeconômicas, de etnia, gênero ou orientação sexual, por exemplo.
No início, havia 10 jovens, depois o time foi crescendo e atualmente é chamado para trabalhar em eventos de empresas da iniciativa privada e do setor público. Os jovens já colaboraram com solenidades do Tribunal Regional do Trabalho, Tribunal de Justiça de Pernambuco, Congresso Nacional de Enfermagem, Chefe Conselho Regional de Psicologia. “Gosto muito de fotografar os eventos”, contou Lucas Evaristo, 15 anos. O garoto, inclusive, aproveitou o seminário para apresentar a exposição “Um pouco do Recife com olhar especial”.
Fonte: Diário de Pernambuco