Programa possui 26 ações desenvolvidas por instituições parceiras
(Por Ingrid Vogl)
Mais do que uma reunião para o compartilhamento de experiências sobre as ações que estão sendo desenvolvidas para assegurar a inclusão de pessoas com deficiência em Campinas, o encontro das Organizações da Sociedade Civil (OSC) que desenvolvem projetos que fazem parte do programa Mobilização para Autonomia (MOB), culminou com a formação de uma rede de apoio entre as instituições. Durante o encontro, que ocorreu no dia 26 de novembro no Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, ficou definido que a partir de 2020, os encontros das OSC responsáveis pelos 26 projetos que compõe o MOB serão mensais.
A reunião que marcou a criação da rede MOB foi o primeiro desde 2018, quando a Fundação FEAC mudou o modelo de repasse financeiro para as OSC parceiras, passando a investir recursos em projetos e não mais como apoio institucional. Segundo Regiane Fayan, líder do Mobilização para Autonomia, a ideia foi compartilhar os projetos e expor como cada um deles está se desenvolvendo, quais foram os avanços e quais são os desafios de cada um para o próximo ano.
Divididos a partir dos eixos de atuação do programa: trabalho; educação; convívio e pertencimento ao território; rede de cuidados em saúde e mobilização da sociedade, os representantes dos projetos discutiram sobre os desafios e quais são as possibilidades de aprimoramento. No período da tarde, as iniciativas foram apresentadas. Um dos pontos altos do encontro foi a apresentação do eixo da rede de cuidados em saúde e o grande desafio do MOB para o ano que vem é pensar em ações relacionadas à educação.
“A proposta de continuar mensalmente esses encontros foi aceita. Em 2012 havia uma câmara técnica que se reunia e tratava da inclusão de pessoas com deficiência, e é isso que está sendo resgatado. O objetivo é que todos os projetos juntos, com seus respectivos gestores, tragam pautas propositivas. Fazemos isso em um momento em que a rede está muito mais fortalecida e olhando para a inclusão”, explicou Regiane.
Elo estratégico
Entre os projetos que fazem parte do MOB, a diversidade das ações e metodologias usadas para o mesmo fim é rica e evidente. Ao final do encontro, os gestores dos projetos já se articulavam para se apoiar e todos chegarem à mesma meta: a inclusão da pessoa com deficiência.
Para Ana Elisa Scotoni, médica neuropediatra do projeto Gestão do Cuidado, executado pela APAE Campinas e coordenadora clínica da Adacamp, a FEAC tem assumido um papel importante na rede de inclusão da pessoa com deficiência que precisa ser mantido.
“Não se monta uma rede sem um catalisador, sem essa rede se comunicar. O poder público fazia esse papel em uma câmara temática que reunia as instituições voltadas aos cuidados com a inclusão de pessoas com deficiência que existiu há 7 anos, mas não teve continuidade. E agora, a Fundação FEAC assume esse papel de protagonista e é um mérito conseguir organizar esse grupo para aumentar a potência e os resultados das ações. O que a gente viu foi exatamente isso, a qualificação dos projetos e do segmento na execução das ações. A gente não tinha essa organização, ninguém fazia isso. Liderados pela FEAC, que é uma empresa do terceiro setor com uma missão que vai ao encontro da inclusão da pessoa com deficiência, temos uma segurança muito maior de que essa rede não vai ser desfeita. Ao contrário, vamos agregar participantes do poder público na construção desses projetos com as OSC, pois é necessário agregar saúde, educação e assistência social nos projetos. Temos muito o que fazer, mas a FEAC nos qualificou para buscarmos esses avanços”, afirmou Ana Elisa.
Para Eliane de Fátima Trevisan Nogueira, diretora pedagógica da APAE Campinas, os ganhos das OSC com o desenvolvimento dos projetos em parceria com a FEAC vão muito além dos recursos repassados. “Foi possível nesse dia compartilhar saberes para juntos fortalecermos possíveis políticas públicas necessárias para nosso município. Os projetos são diversos, mas estão em sintonia. Em cada apresentação pudemos observar que são inovadores e que estão provocando novos projetos. Isso é o mais bacana: de um projeto, nascem outros”, disse.
MOB em expansão
Um dos novos programas que passam a integrar o MOB é o Conviver para Incluir, do Centro Educacional Integrado (CEI). O objetivo da ação é incluir pessoas com deficiência de todas as idades no serviço de convivência. O projeto tem cinco frentes de atuação: articulação com serviços e gestão; formação; discussão de casos; família e mapeamento. Na prática, a ação será iniciada em 2020 na região Leste de Campinas, onde 11 OSC, executoras de 17 serviços já aderiram. Se tudo der certo, a previsão é que seja ampliado para todo o município. Ao fim do projeto, será elaborado um guia com as boas práticas que ocorreram ao longo do desenvolvimento do Conviver para Incluir.
Na opinião de Aline Figueiredo, assistente de projetos do Conviver para Incluir, o investimento da FEAC em projetos muda a realidade da instituição e a maneira como ela pensa e trabalha. Há um impacto na comunidade, no serviço e na vida das pessoas atendidas.
“Esse encontro foi muito rico para podermos conhecer as práticas referentes à inclusão da pessoa com deficiência que estão acontecendo no município. Garantir esse espaço uma vez por mês é garantir que trocas de vivências aconteçam. Se a gente se encontra com certa frequência, as demandas começam a ser apresentadas e o grupo pode pensar junto em soluções e encaminhamentos”, falou Aline.
Programa
O Programa Mobilização para Autonomia (MOB), reúne atualmente 26 projetos que tem como objetivo comum assegurar a inclusão efetiva das pessoas com deficiência. A iniciativa se dedica a romper barreiras para que as pessoas com deficiência possam participar da sociedade e exercer plenamente seus direitos.
Saiba mais sobre o MOB e confira todos os projetos e as OSC parceiras: https://www.feac.org.br/mobilizacaoparaautonomia/