Ingrid Vogl

Segundo o Plano Municipal de Educação (PME) de Campinas, a Meta 3 tem como objetivo central universalizar até este ano, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência do Plano (2025), a taxa líquida de matrículas no ensino médio público para 100%.

Em Campinas, o ensino médio público é de responsabilidade da rede estadual de ensino, representada pelas Diretorias de Ensino Leste e Oeste. Segundo estes órgãos que representam a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE), Campinas possui 154 escolas públicas e privadas de ensino médio que atendem a 43.611 alunos. Deste total, 98 escolas de ensino médio em Campinas são públicas (escolas estaduais), com 35.105 alunos. As escolas particulares somam 56 unidades e 8.506 alunos.

Dentro deste cenário, o ensino médio possui muitos desafios a serem enfrentados, como a diminuição da taxa de abandono, que segundo dados do Ministério da Educação (MEC), disponibilizados pelo movimento nacional Todos Pela Educação, atingiu 5,3% em 2014. Outro problema a ser enfrentado é a taxa de distorção idade série, que chegou a 14,4% em 2014, de acordo com dados do Ministério, além da taxa de reprovação, que é de 8,9% também em 2014, segundo informações do MEC.

Possíveis causas

Apesar das Diretorias de Ensino de Campinas não terem dados sobre a quantidade de jovens que estão fora da escola na faixa etária que compreende o ensino médio (15 a 17 anos), já que segundo a Secretaria de Estado, todos os alunos que demandam vagas estão atendidos, há indícios de que motivos que têm levado jovens a não frequentarem o ensino médio são decorrentes, principalmente, da necessidade de assumir um trabalho para contribuir com a renda familiar. “Além disso, também existe a não valorização da educação pelos alunos e suas famílias, a grande quantidade de disciplinas no currículo e um ensino que não atrai os jovens”, disse o dirigente da Diretoria de Ensino Campinas Oeste, Antonio Admir Schiavo.

Para evitar esse quadro, e para atender as diretrizes inseridas na Meta 3 do PME, as Diretorias de Ensino apostam na prevenção ao abandono escolar, com a promoção da campanha ligada à SEE, “Quem falta, faz falta”, que dentre as ações implementadas com base nela está a redução para 10% do número de faltas toleráveis, quando os pais são notificados. “Caso o aviso não surta efeito, outros órgãos são acionados, como Conselho Tutelar e Vara da Infância. Grêmios estudantis e associações de pais e mestres também são envolvidos em caso de excesso de ausência do aluno. Com isso, reduzimos ainda mais as faltas escolares e a evasão. Além disso, há a ação dos professores mediadores no sentido de evitar a evasão”, enumerou o dirigente da Diretoria de Ensino Leste, Nivaldo Vicente.

Vários projetos, programas e ações da Secretaria da Educação também são desenvolvidos com o objetivo de integrar o aluno a uma gestão democrática da escola e tornar o ensino mais atrativo, como o Currículo + (plataforma online de conteúdos digitais, articulados com o currículo da SEE, valorização e articulação de grêmios estudantis, ampliação de escolas de ensino integral, programas que colocam o aluno em contato com a política, como Parlamento Jovem e Jovem Senador, Geekie (plataforma online com simulados do ENEM em que alunos e escola aumentam seu desempenho por meio de tecnologia de aprendizado), Olimpíadas de Matemática e Português e outras disciplinas.

Para complementar as ações propostas pela SEE, as Diretorias de Ensino promovem tocam outras frentes como a valorização da presença dos alunos na escola, com propostas de protagonismo juvenil, em que os estudantes sugerem projetos a serem desenvolvidos de acordo com as especificidades da região onde sua escola se localiza e compatíveis com seus interesses; acompanhamento do trabalho de sala de aula pela equipe gestora, com vistas a garantir a permanência dos jovens e o interesse pelos temas abordados nas diferentes disciplinas.

“Destacamos algumas ações que vêm sendo realizadas pela Diretoria de Ensino por meio da atuação do Núcleo Pedagógico, Supervisão e do Dirigente Regional de Ensino junto à gestores e professores, na forma de orientação técnica, acompanhamento na escola e nas salas de aula e formações no âmbito da Diretoria”, afirmou Nivaldo Vicente.

Atendendo à estratégia 3.1 do PME, para promover recuperações contínuas, é feito o planejamento de ações e estratégias de ensino com a retomada de temas com formas de abordagem que contribuam para os estudantes reverem suas dificuldades e se reposicionarem diante de suas próprias aprendizagens.

Outra ação desenvolvida e que vai ao encontro da estratégia 3.1 é a ampliação de atividades de correção de fluxo do ensino médio, por meio do acompanhamento individualizado de estudantes com rendimento escolar defasado de forma a reposicioná-lo no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade; além de desenvolver ações junto aos estudantes para que se sintam pertencentes à escola e, principalmente, participantes de suas decisões.

Conheça mais sobre programas e ações da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo: http://www.educacao.sp.gov.br/

Gráfico ensino medio