Conversas, leitura de textos, apresentação de vídeos, discussão, encenação teatral, dinâmicas, vivências práticas. Assim foram os três dias do encontro promovido, no mês de setembro, pela Rede Articula Juventude (REAJU), da qual o programa Juventude: uma Política em Construção, criado pelo Departamento de Assistência Social da Fundação FEAC, é integrante.
A iniciativa, última ação da REAJU em 2016, recebeu representantes do Observatório da Juventude da Universidade Federal de Minas Gerais e do Fórum das Juventudes da Grande BH e teve como intuito trocar informações com seus convidados e desta forma munir os educadores e profissionais de instrumentos e metodologias de trabalho com os jovens.
O trabalho da REAJU (ex GTI) tem três dimensões: articulação entre as instituições; articulação entre os formadores destas instituições e articulação entre os jovens que são atendidos pelas instituições. E este encontro cumpriu com uma delas possibilitando a capacitação dos formadores de entidades que atendem jovens. O encontro ainda foi enriquecido pela troca de experiências tanto entre as instituições quanto por meio de relatos de ações realizadas pelo Observatório e no Fórum. “Deste evento, além de todo o aprendizado técnico levo um novo olhar para os jovens – de que não posso querer modificá-lo sem conhece-lo melhor, sem saber sobre a cultura dele. Não posso dar a minha essência sem conhecer a essência dele”, exaltou Marcela Carvalho, educadora da Obra Social São João Bosco.
“É preciso articular um atendimento ou mobilização dos jovens de diferentes instituições e dar direção a essa atuação”, destacou o Prof. Dr. Juarez Dayrell, coordenador do Observatório da Juventude da Universidade de Minas Gerais, programa de ensino, pesquisa e extensão da Faculdade de Educação da Universidades Federal de Minas Gerais que desde 2002 vem realizando atividades para investigação, levantamento e disseminação de informações sobre a situação dos jovens na região Metropolitana de Belo Horizonte. O professor destacou também que é preciso ter foco e saber qual é a prioridade. “Assim como a capacitação tem o intuito de formá-los para construírem metodologias comuns é importante trabalhar um alinhamento com os jovens das instituições”. Isso já vem sendo feito no Observatório que capacita os jovens, educadores e alunos dos cursos de graduação e pós graduação da UFMG que se interessam pela problemática dos jovens. O Observatório da Juventude orienta-se por quatro eixos centrais: a condição do jovem na sociedade contemporânea; as políticas públicas e as ações sociais voltadas aos jovens; as práticas culturais e as ações coletivas da juventude na cidade onde moram e a construção da metodologia de trabalho destes jovens.
Outra participação não menos importante nesta formação foi a dos representantes do Fórum da Juventude da Grande BH, que promove a incidência política, articula a comunicação e a conscientização. Para Sebastião Everton Oliveira, um dos integrantes do Fórum, a REAJU está focada na proposta de entender o jovem como sujeito de direito e com isso conseguir articular o que se existe de política pública com realidades juvenis. “São as pequenas ações, as pequenas intervenções, as pequenas tensões institucionais e relacionais que irão contribuir para uma realidade maior”, completou Everton.
O Fórum da Juventude de BH foi criado em 2004, a partir de grupos que faziam parte do Observatório e da rede ativistas D.vErCidaDe Cultural diante do contexto da discussão e implementação de políticas públicas de juventude (PPJ) no País, que ganhavam corpo com a criação da Secretaria Nacional de Juventude e do Conselho Nacional de Juventude, entre outros órgãos e instituições. No início com o nome de Fórum de Entidades e Movimentos Juvenis da Região Metropolitana de BH – reuniu mais de 40 grupos da capital mineira e da Grande BH.
Esta formação despertou na REAJU a vontade de realizar ações interestaduais em parceria com o Observatório e Fórum da Juventude de BH. No mês de outubro haverá uma avaliação do trabalho realizado pela REAJU em 2016 e a realização do planejamento das ações que permearão 2017.
A Rede Articula Juventude desenvolve várias ações entre elas formações para todos os envolvidos no assunto juventude. Ela ainda articula eventos que aproximem os jovens de diversas regiões da cidade de Campinas. Além destes grandes eventos, descentralizados, a REAJU se reúne a cada três semanas tanto para compilar os resultados obtidos quanto para vislumbrar o que ainda pode ser feito. Conta ainda com outras frentes importantes para seu desenvolvimento:
Rede de Juventudes – Espaço de articulação da juventude na busca de fortalecer seu papel político no controle social e fomentação de políticas públicas;
Desde 2015, a Rede de Juventudes vem realizando encontros semanais sempre ás quartas-feiras nas salas da Estação Cultura e sabe-se o quanto esse espaço vem se constituindo como um local de referência para as juventudes de Campinas.
Levantamento de dados – Pesquisa e atualização de dados sobre juventude em Campinas;
Projeto Piloto – Assessoramento técnico para as organizações que compõe a REAJU colocarem em prática as discussões realizadas no coletivo. Originou-se da necessidade de aprofundar os estudos e reflexões sobre as políticas de juventude no município de Campinas a partir da realização de workshops promovido pela Fundação FEAC em 2013.
Sobre o Programa
Juventude: Uma política em construção, programa do Departamento de Assistência Social da Fundação FEAC tem como objetivo compor e apoiar estratégias para a efetivação das políticas públicas em construção e para melhoria das existentes, voltada aos jovens no município de Campinas/SP.
O papel do Programa é fomentar e oferecer assessoria técnica, articulação, conhecimento técnico, consultorias de levantamento de dados para subsidiar a formulação, implementação e avaliação da política para juventude no município de Campinas.
O programa é integrante da Rede Articula Juventude (REAJU) que tem o papel central de legitimar e articular ações com representantes de organizações não governamentais e governamentais, refletindo e fomentando a construção das políticas públicas para juventude.
