Instituto CI&T promove curso gratuito no projeto Informática Profissionalizante
(Por Ariany Ferraz)
Estimular a resolução de problemas de forma criativa e inovadora, além de desenvolver o senso crítico e o trabalho em equipe. Foi essa a proposta do curso de tecnologia oferecido gratuitamente pela CI&T na Casa da Criança Paralítica. O primeiro encontro aconteceu na última semana de agosto e reuniu 13 jovens. Eles devem participar de quatro aulas que totalizarão 8 horas de capacitação.
Com o objetivo de preparar os jovens para o mercado de trabalho, a ação faz parte do projeto ‘Curso de Informática Profissionalizante’ apoiado pelo Programa Mobilização para Autonomia (MOB) da Fundação FEAC. Para contribuir ainda mais com a capacitação dos jovens com deficiência, a parceria com o Instituto CI&T é mais uma forma de ampliar as oportunidades profissionais. “O Instituto CI&T é nossa forma de contribuir positivamente com a sociedade e, principalmente, com pessoas que não teriam a oportunidade de estudar e conhecer a tecnologia. Essa é quarta turma que a gente realiza para pessoas com deficiência”, explicou Tamara Barbam, analista de diversidade e sustentabilidade na CI&T.
“Tive a oportunidade de conhecer a proposta do Instituto CI&T e aproximá-los da Casa da Criança Paralítica. Apresentar novas possibilidades e aumentar o repertório dos jovens propicia a eles buscar o que querem fazer, o que gostam e não permite que a deficiência seja um limitador. Além disso, a experiência com a CI&T pode ser a chave para aumentar as possibilidades de empregabilidade”, revelou Regiane Fayan, líder do Programa MOB.
“É sempre bom aprender coisas novas!”, disse Fernanda Natale, 20 anos. Já Juliana Pinheiro, 22 anos, que faz faculdade de psicologia, compartilhou também a importância da oportunidade. “Para mim está sendo uma experiência nova, algo diferente e estou bastante empolgada! Acaba me ajudando profissionalmente”, revelou. Sobre o conteúdo, Tamara observou que a ideia é trazer o primeiro contato com a tecnologia e partir de então descobrir novos horizontes e possibilidades. “Tentamos trazer algo que fosse acessível em termos de conhecimento e que fizesse sentido para eles”, comentou.
Assim, foi escolhida a metodologia do design thinking, tornando a aplicação do conhecimento mais prática. Rochelle Rogge, Designer na CI&T, ministrou a primeira aula e explicou que o método estimula o senso crítico e a criação, com objetivo de criar soluções para problemas reais, relacionados ao cotidiano, utilizando a tecnologia.
“É uma metodologia que pode ser aplicada em qualquer contexto da vida, para eles resolverem problemas simples em casa, na vizinhança, em qualquer lugar. A gente cria uma problemática, alguma coisa que seja uma dor, uma necessidade, e a partir daí seguimos todos os passos: a empatia, entender o porquê e a real necessidade, a imersão no problema, depois fazemos uma votação do que queremos resolver e desenvolver”, informou Rochelle . Um processo que trabalha repertórios e a construção em equipe. “É um trabalho colaborativo!”, completou. Os próximos passos, após definição do problema e da solução, são avaliar a viabilidade, criar um protótipo, validar e desenvolver.
Profissionalização
Elielton da Silva, 23 anos, tem uma vida agitada, além de jogar basquete e fazer aula de dança, participa do projeto ‘Informática Profissionalizante’. Ele conta que tem uma relação muito próxima com a tecnologia e que está adorando a oportunidade. “Pretendo trabalhar com algo relacionado a computador mesmo. Tem muitas coisas que eu ainda não sabia. Vou tentar aprender ao máximo porque vai me ajudar bastante!”, comentou com entusiasmo.
Mais do que despertar o interesse para o universo tecnológico, o projeto atende uma demanda importante identificada pela instituição. “Essa ação teve início quando avaliamos qual era o caminho que os nossos jovens atendidos estavam seguindo quando saíam da instituição. Com as visitas domiciliares, descobrimos que existia uma ociosidade, muitos terminavam o ensino médio e não estavam fazendo mais nada. Buscamos então alternativas para proporcionar algo que motivasse e que eles pudessem vislumbrar algo no mercado de trabalho”, considerou Lilian Robbi, coordenadora técnica da Casa da Criança Paralítica.
A fim de garantir uma perspectiva futura para o mercado de trabalho, o curso ‘Informática Profissionalizante’ também oferece os módulos Windows, Word, Excel, Powerpoint e Internet. “Futuramente também estão previstos Design Gráfico com Corel Draw, Photoshop, Flash e Dreamweaver, com extensão para criação de sites”, destacou Rodrigo Giusepone, pedagogo e professor de informática na CCP.
“O objetivo não é só ensinar um programa, é despertar a criatividade no adolescente, sempre respeitando a capacidade cognitiva e ver o que ele consegue desenvolver de acordo com suas potencialidades”, afirmou Rodrigo. Ele explica que geralmente não existe adaptação nas escolas de informática para a pessoa com deficiência, por isso na CCP são utilizadas ferramentas e materiais adaptados, além do curso ser individualizado, respeitando as necessidades de cada participante.
A inclusão digital proporcionada pela iniciativa oportuniza melhorias em relação a empregabilidade, auxiliando na superação de dificuldades e assegurando a participação ativa e efetiva na sociedade. “O João Lucas, por exemplo, já consegue trabalhar com formatação de computadores. Isso ilustra o potencial dos jovens e a condição de ingressar no mercado de trabalho. Essas pessoas têm capacidades cognitivas e criativas e as empresas podem se surpreender”, apontou Rodrigo.
Iniciado em 2017, o projeto tem previsão de encerramento até o ano de 2020. No momento participam cerca de 16 jovens divididos em 3 turmas. A meta é capacitar 25 jovens a partir de 15 anos atendidos pela CCP.
O Programa Mobilização para Autonomia (MOB) é uma iniciativa da Fundação FEAC que investe em soluções com o objetivo de assegurar a inclusão efetiva das pessoas com deficiência. Se dedica a romper barreiras para que as pessoas com deficiência possam participar da sociedade e exercer plenamente seus direitos.