(Por Claudia Corbett)

Histórias que se fundem. A União Cristã Feminina, entidade parceira da Fundação FEAC, chegou ao bairro Santa Mônica há quatro décadas e meia para atender a uma necessidade nutricional das crianças do local. De lá para cá, a instituição foi se transformando de acordo com as demandas do território.

As ações socioassistenciais da entidade acontecem de forma continuada, dirigida às famílias e indivíduos em situações de vulnerabilidade social ou pessoal. Envolve em todas as suas atividades temas alinhados à proteção de direitos.

Em 2017, ano que marca a comemoração dos seus 45 anos, o tema destacado para ser trabalhado em todas as atividades realizadas com os 180 atendidos, crianças de seis a 14 anos, foi o pertencimento ao território onde a entidade está localizada. O ponto de partida foi o resgate da história da criação do bairro, feito por intermédio de conversas com moradores mais antigos. “O processo foi de aprendizado e aproximação. A população mais velha do Santa Mônica tem muitas experiências de luta pelos seus direitos”, contou a coordenadora geral Elaine Renata Alves do Carmo.

No  segundo passo, as crianças e adolescentes tiveram a oportunidade de conhecer o processo de formação de equipamentos sociais locais como o Centro Médico e saber detalhes da chegada da pavimentação. Também fizeram uma ´viagem no tempo’ sobre os tipos de atendimentos realizados pela instituição, desde a criação com o reforço nutricional, passando pela educação infantil, e seguindo para a criação de centro de juventude. “Hoje, nosso serviço é de proteção básica – de convivência e fortalecimento de vínculos. Ofertamos intervenções lúdicas, esportivas, culturais artísticas e recreativas em um espaço de proteção social que contribua para a prevenção de situações de vulnerabilidade e ou risco social e pessoal”, descreveu Elaine.

A educadora social Arlete Nunes Pinto também contribuiu neste regate. Ela foi uma das crianças atendidas na instituição logo no início de suas atividades. Entrou na entidade quando tinha três anos. Hoje, aos 43, é educadora nas atividades esportivas e da sala de arte. “Sempre tive um carinho muito grande pela União Cristã. E desde pequena eu desejava que um dia iria voltar para cá para ser educadora e consegui”, valorizou Arlete.

Boa tarde Comunidade

Entre as ações comemorativas está a oficina de música. Sr. Antonio Carlos e Dona Lourdes se surpreendem ao abrir o portão da loja/casa e se depararem com jovens munidos de violinos e flautas, que cumprimentam o casal e pedem permissão para tocar a nona Sinfonia de Beethoven. “Isso não tem preço”, enaltece a proprietária da loja, que pede bis. Este procedimento acontece a cada 15 dias quando o grupo de adolescentes da oficina de musicalização da União Cristã Feminina já está  afinado em uma peça musical. “Esta é uma das ações inseridas no calendário de 2017 da instituição, dentro do tema pertencimento”, explicou a coordenadora geral. As amigas Ana Beatriz Oliveira Reginato, 11 anos, e Richellen Pereira da Silva, 12, fazem parte deste grupo. Ana toca há três anos e já tem Beethoven como seu compositor predileto. Já Richellen diz que o violino sempre lhe chamou atenção apesar do aprendizado ser um desafio.

Vem com a gente

O convite do projeto que visa reduzir, reutilizar e reciclar o lixo é destacar o meio ambiente com estimulo à coleta de materiais descartados em casas ou na própria entidade. Todo o resíduo coletado é transformado em recreação na oficina de construção de brinquedos, jogos, caixas e bijuterias. “Buscamos trabalhar a questão de material reciclável, porque estamos em uma comunidade na qual muitos familiares dos atendidos na instituição são catadores de materiais recicláveis. Por isso a ideia de desmistificar e valorizar a questão, para que estas crianças e jovens enxerguem a importância do trabalho realizado por seus familiares”, enalteceu Elaine.

União de todos

A União Cristã Feminina também busca preparar seus atendidos para a cidadania ativa, por intermédio de ações articuladas entre família, escola, equipamentos sociais, comunidade, serviços sociais e a própria instituição. Foi desta iniciativa que surgiu a Rede Abraço Amarais  que promove conexões para atender as necessidades da comunidade.

“A Instituição apresentou ao longo dos anos de existência diferentes focos diretos de atuação. Isso ocorreu, porque sempre houve uma preocupação constante em rever as reais necessidades dos usuários e do território, para que, as ações pudessem, de fato, causar um impacto social desejado pela organização”, explicou Carla Nascimento, assessora social do Departamento de Assistência Social da Fundação FEAC.

A atuação da instituição vai para além dos usuários do serviço, envolve também, familiares das crianças e demais moradores locais. Isso favorece o desenvolvimento de sentimento de pertencimento e de identidade com a localidade. “Vale ressaltar, que o trabalho em Rede, também desenvolvido e fomentado pela União Cristã Feminina, é mais um ganho do território, proporcionando o fortalecimento dos equipamentos locais, e por sua vez a qualidade de vida dos moradores”, complementou a assessora social.

Saiba Mais: http://www.uniaocristafeminina.org.br/