Encerrada no sábado (27), a 7ª Semana da Juventude, de Campinas, se transformou este ano em quinzena: foram 15 dias de programação, 45 atividades e participação de mais de 30 instituições, serviços, coletivos ou jovens parceiros. O evento, que marcou a comemoração do Dia Internacional da Juventude, em 12 de agosto, foi organizado pelo Conselho Municipal da Juventude de Campinas em parceria com a Coordenadoria Municipal da Juventude e o Programa Juventudes, da Fundação FEAC.
“A Semana tem a intenção de estimular um amplo debate entre as diversas juventudes. A proposta é que estes debates possam gerar dados e fomentar espaços de reflexão para além dos participantes, mas também no poder executivo, na coordenadoria municipal da juventude e no conselho municipal da juventude”, afirma Rafaela Canela, analista de projetos do Programa Juventudes, da FEAC, que é apoiadora financeira e atua diretamente na organização de todo o evento.
O tema do ano foi Pega essa visão: a minha, a sua e a nossa participação, pautado no eixo “direito à cidadania, à participação social e política e à representação juvenil” do Estatuto da Juventude. A proposta foi acompanhar o movimento nacional em torno da mobilização para o exercício da cidadania pelo voto. Só Campinas registrou um aumento de 156% (em relação a 2020) no número de novos títulos emitidos a pessoas que não têm obrigação de votar: adolescentes de 16 e 17 anos.
Camp Crew e feira de empregos
“Primeiro, um grupo foi lá mobilizar para tirar o título de eleitor e, agora, na Semana, tivemos um desdobramento concreto desta ação em nosso território, que foi uma visita técnica organizada por coletivos de jovens para conhecer o legislativo municipal”, conta Fernando Martins, presidente do Conselho Municipal da Juventude, reforçando o foco da jornada em ampliar o conhecimento e o interesse dos jovens pela política.
Entre as atrações do mês, destaque para a terceira intervenção do projeto Camp Crew, que tem o apoio da Fundação FEAC, e reuniu artistas, adolescentes e crianças no ginásio Jorge Mendonça, no dia 20 de agosto (saiba mais sobre a intervenção no quadro abaixo).
No último sábado do evento (27), o foco foi o emprego. A 3ª Feira de Oportunidades disponibilizou para jovens de 15 a 29 anos quase duas mil vagas remuneradas de aprendiz, estágio e emprego convencional, além de cursos técnicos-profissionalizantes e teste vocacional gratuitos.
Em três horas, a feira recebeu mais de 1.900 jovens (foto) e contou com o apoio das seguintes empresas e parceiros: CIEE, ESPRO, Guardinha, ISBET, SENAC, Coletivo Coca Cola, Pega a Visão – PROGEN e Repara na Máquina – CRCA, Base Social, Reprolatina, CPAT, Colégio Técnico e Agência de Emprego Grau Educacional, Instituto Gourmet, Fumec/Ceprocamp/EJA, Unimetrocamp, Unisal, Centro Profissional Dom Bosco e Super Estágios.
Camp Crew |
A terceira intervenção do projeto este ano ocupou o ginásio Jorge Mendonça. Confira o depoimento de alguns artistas que participaram do evento à Fundação FEAC:
Grafiteiro e arte-educador. “Ter um evento em que o foco é fortalecer o movimento Hip Hop, a arte que nasce nas periferias e os seus é, além de gratificante, uma forma de retribuir e agradecer à periferia. O Projeto Camp Crew é mais que pintar e grafitar: é valorizar os artistas locais, incentivar jovens artistas, fomentar as artes na periferia, ampliar o espaço das mulheres na arte urbana, dar oportunidade a jovens e adolescentes de ter a experiência com o grafite. E, com tudo isso, levar cores a estas regiões, muitas vezes invisibilizadas, gerando autoestima de quem ali vive e revitalizando espaços muitas vezes abandonados. É mostrar aos jovens que com a arte é possível comunicar algo positivo, fazer o protesto, expressar seus anseios e se expressar, no grafite, na pixação, no sticker. Enfim, na arte urbana, os jovens, principalmente das periferias, podem dar seu grito, dizer estou vivo nessa sociedade, ter um lugar que faça sentido nela.”
Artista de rua, grafiteiro e oficineiro. “O projeto Camp Crew traz para a juventude esperança de vida com arte e música. Os jovens de hoje em dia precisam de mais oportunidades, espaço para criar e evoluir. O Camp Crew é um pouco de tudo isso. Sempre pinto com crianças por perto, até mesmo na rua. Tento conhecer um pouco mais e eles ficam admirados com o grafite. A alegria que eles têm e a disposição transmitem uma energia única. É muito bom ver crianças sorrindo e felizes, se deixar elas pintam tudo!”
Grafiteira e educadora. “O Camp Crew significa atividade em coletivo para aprender a trabalhar no coletivo, conexão espiritual com atividade artística e trazer alegria e esperança para um mundo melhor. Minha experiência com as crianças foi incrível. Poder proporcionar uma imersão artística, mostrar o que elas são capazes de fazer, foi gratificante.” |
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Por Natália Rangel
Edição 19 – Juventudes• Política, emprego e arte movimentam Semana das Juventudes em Campinas
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